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18/05/17 | Eliane Borges – Croeste

Penitenciária de Assis encerra Nível I de projeto do Instituto Augusto Cury

Primeira fase do Proemoção foi realizada com 60 servidores e 30 sentenciados abordando formas de evitar o adoecimento emocional

Com uma metodologia desenvolvida especialmente para o sistema prisional, a Penitenciária de Assis encerrou a primeira fase de um projeto inédito iniciado em setembro de 2015 na unidade com servidores e sentenciados, desenvolvidos pelo Instituto Augusto Cury: O Proemoção – Programa Gestão da Emoção. Em 28 de março, os participantes receberam certificados do encerramento do Nível I, dando início ao Nível II.

Utilizando conceitos da Teoria da Inteligência Multifocal (TIM), do psiquiatra, pesquisar e escritor, Augusto Cury, o programa visa levar as pessoas a compreenderem o complexo processo de interpretação da realidade, sob a percepção de si mesmo e do mundo, fortalecendo a consciência crítica e capacidade gestora do “EU”, diante de processos inconscientes que distorcem a realidade e levam ao adoecimento emocional, devido a crenças unifocais que desconsideram os outros aspectos vitais para as relações saudáveis.

Com a TIM, o escritor busca analisar o processo de construção dos pensamentos e formar pensadores. Neste viés, os estudos passaram por um ajuste de linguagem sendo apresentados em 13 encontros, de duas horas cada, a 30 sentenciados que servirão como multiplicadores em meio aos demais. O mesmo aprendizado foi levado para 60 servidores por meio de vídeos, palestras e dinâmicas.

O projeto piloto desenvolvido na Penitenciária de Assis pela pedagoga e palestrante Denise Cavalini contou com os seguintes temas em seu conteúdo programático: Os 12 princípios; Ser autor da própria história; Gerenciar os pensamentos; Administrar as emoções; Trabalhar os papéis da memória; A construção de relações saudáveis; Arte do autodiálogo; Contemplar o belo; Libertar a criatividade; O código dos sonhos; Liderança – Gestão de Pessoas; Resiliência e Inteligência Emocional.

Resultados

O trabalho gerou mudanças de comportamento nos participantes. “Desde que entrei para trabalhar na unidade, há 24 anos, nunca tinha percebido que os funcionários tinham importância. Não parava para ver e observar as outras pessoas. Às vezes, as pessoas passavam perto e a gente falava mal. A Denise mostrou pra todos nós que somos importantes, independente das diferenças individuais. Ensinou o caminho para as pessoas se gostarem. Na minha vida fez uma diferença incrível, pois era mais fácil criticar do que elogiar. Mudei muito no trabalho, eu era agressiva. Hoje respeito as pessoas e vejo o que cada um tem de melhor. Aprendi que ninguém é melhor que ninguém. Agora há diálogo, respeito, amizade e colaboração. Nós nos tornamos humanos”, compartilhou a funcionária da unidade, Roseli Ferreira Ameduri.

De um modo geral, todos que participaram do projeto compactuam com a mesma ideia de Roseli de que houve mudanças individuais e nos relacionamentos interpessoais dentro do presídio. “Acredito que tudo o que promove a valorização humana, o autoconhecimento e mudanças positivas têm de ser valorizado, tem de ser enaltecido. Percebo mudanças em mim e nos demais funcionários. Quanto aos sentenciados, as mudanças contribuem enormemente para a manutenção da segurança na unidade e para o futuro processo de reinserção social quando estiverem em liberdade”, afirmou o diretor técnico da penitenciária, Mauro Luiz Lima.

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