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03/04/17 | Caio Daniel –Interlocutor CRN

Reeducandas apresentam poesias na Câmara Municipal de Ribeirão Preto

Elas participaram de evento sobre justiça restaurativa

Três reeducandas da Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto apresentaram, em 15 de março, poemas de própria autoria em um evento na Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Elas puderam expor seus sentimentos e expressaram agradecimento à diretoria da unidade prisional pelas atividades de reintegração social oferecidas na penitenciária.

O debate nomeado “Projeto Justiça Restaurativa em Contraponto com a Justiça Tradicional, na Perspectiva da Mulher” faz parte de uma série de encontros do mês da mulher, promovidos pela câmara municipal. Seu objetivo foi apresentar e discutir metodologias de justiça restaurativa, combate à violência doméstica e ações de reinserção para pessoas encarceradas.

As reeducandas assistiram à palestra exibida pela coordenadora do Projeto Justiça Restaurativa em Ribeirão Preto, Silvia Maria de Almeida Ribeiro. Ela esteve neste ano na penitenciária feminina e realizou rodas de conversa com as reeducandas. “A experiência foi muito rica. Usamos uma das formas de círculos restaurativos para falar sobre as necessidades que elas [reeducandas] tinham”. “Em sua maioria todas estão para ganhar a liberdade e relataram o desejo de restaurar relações com a família”.

A palestrante explicou que a metodologia pode ser usada em qualquer espaço onde exista ou tenha existido conflito e violência. “Hoje, o trabalho com Justiça Restaurativa em Ribeirão Preto está mais ligado à infância e juventude, mas pode e deve se estender à toda entidade social”, garantiu.

Para uma das presas que participava do evento, Fernanda Bernardo, o poema é uma forma de mostrar um de seus hobbies. “Quero mostrar o que escrevo e falar sobre a criança, pois tudo começa na infância. Os pais devem dar mais atenção aos seus filhos, a primeira influência está dentro de casa”, ensina.

As reeducandas que participaram da cerimônia trabalham como monitoras da Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel" (Funap). “Ajudamos no clube de leitura, na organização da biblioteca e incentivamos as outras meninas a estudar. Somos assistentes do professor”, comentou a reeducanda Gisele Ribeiro. Ela disse que o trabalho na escola do presídio a fez enxergar um potencial na carreira como professora. “Sempre quis dar aulas, pretendo continuar meus estudos e me tornar professora de crianças. Se não der certo posso abrir um negócio pra mim; já até recebi propostas para trabalhar quando estiver em liberdade”, relatou.

Presa há mais ou menos cinco anos, Priscila Maria disse que sonha em se tornar operadora de máquina. “Estou estudando pra isso acontecer. Vou terminar a escola dentro da penitenciária e fazer outros cursos na área; quando não estou trabalhando eu estudo”, concluiu a reeducanda.

O evento contou com a presença da diretora da Penitenciária Feminina, Juliana Santiago, da vereadora Glaucia Berenice, do gerente da Funap, Silvio do Prado e demais autoridades.

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