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02/03/17 | Elizeu - Colaborador

Aprovação no enem 2016

Reeducanda da Penitenciária Feminina de Campinas é aprovada em 2º lugar na faculdade de direito

Apesar das adversidades que envolvem o sistema penitenciário nacional, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), demonstra apoio e investimento em ações efetivas voltadas à educação das pessoas privadas de liberdade, como instrumento de recuperação e reinserção social.

Com o incentivo e comprometimento da direção da Penitenciária Feminina de Campinas, a sentenciada Eliane de Souza Silva, 28 anos, casada e mãe de dois filhos foi aprovada em 2º lugar para cursar faculdade de direito na cidade de Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo.

Eliane foi condenada a dois anos e oito meses em regime inicial semiaberto, por infringir o artigo 33 da lei antidrogas. O erro cometido não lhe impediu de lutar por um futuro melhor. Ela e mais cinco reeducandas, também do regime semiaberto, foram inscritas pela direção local para realizar a prova do Enem 2016 na própria unidade; em 13 e 14 de dezembro realizaram a prova nas dependências da penitenciaria quando Eliane, para surpresa e alegria de todos, obteve expressiva pontuação que a classificou para ingressar no ensino superior.

Concorrendo com outras 60 pessoas a uma bolsa de estudos na Faculdade de Campo Limpo Paulista (Faccamp), com média de 630 pontos conseguiu a 2º colocação. No entanto, só garantiu a vaga, após a desistência do 1º colocado.

Em um cenário onde grande parte das internas provêm de ambiente familiar desestruturado, promovendo, às vezes, uma carência na educação básica, Eliane relata que sempre estudou em escola pública, porém nunca desistiu de nenhum de seus sonhos. “Aproveito os obstáculos para fazer deles um trampolim para meu crescimento”, reflete.

Eliane cursará a Faculdade com 50% de bolsa via Prouni, 50% do Fies e com auxílio do esposo. Ela relata que seu interesse pelo direito surgiu na própria unidade, pois sempre auxiliava as demais reeducadas com a leitura das informações vindas da Vara de Execuções Criminais (VEC), inclusive elaborava os bilhetes que eram endereçados a diretoria da unidade e os ofícios para a VEC local.

A reeducanda deixa uma mensagem a todas as pessoas que passam por situações semelhantes à dela. “Acreditem que este momento que estamos vivendo não é o final da vida. Precisamos acreditar que nosso mundo não é apenas estar presas; precisamos fazer ações hoje para obtermos futuro melhor amanhã. O estudo é a base de avanço de qualquer sociedade”, ensina.

Ao fim desta reportagem, como que um presente divino, foi concedida Liberdade Condicional à Eliane que poderá cumprir o restante da pena junto a seus familiares. Agora, ela mesma, realizará sua matricula na faculdade.

aasassa
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