Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

09/02/17 | Eliane Borges – Interlocutora Croeste

Mão de obra prisional auxilia Apaes de Mirandópolis e Presidente Venceslau

Reeducandos realizam pintura de prédios e montagem de horta para alunos cultivarem

As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) de Mirandópolis e Presidente Venceslau estão recebendo uma ajuda das penitenciárias “Nestor Canoa” de Mirandópolis I e “Zwinglio Ferreira” de Presidente Venceslau I.

Desde o dia 5 de janeiro, quatro reeducandos da PI de Mirandópolis estão realizando a pintura na associação da cidade, com previsão de término para fevereiro. O trabalho faz parte de uma parceria firmada entre a unidade prisional e a Apae do munícipio desde outubro de 2015 e visa, a partir da mão de obra de pessoas privadas de liberdade, atender as demandas de serviços gerais do local, que atende pessoas com necessidades especiais a partir dos quatro anos de idade.

A pedido da diretora pedagógica da Apae, Renata de Paula Oliveira Araújo, o convênio de cooperação também fornece serviços nas áreas de limpeza, manutenção hidráulica, plantação de horta, solda, construção e conservação predial. Trata-se de uma solução encontrada para enfrentar as adversidades em tempos de poucos recursos financeiros e, em contrapartida, os reeducandos recebem remição de um dia de pena para cada três trabalhados.

“A área de nossa unidade é muito grande, cerca de um quarteirão com parque, gramado e calçadas. Por isso, além de economizarmos com contratação de mão de obra, eles nos ajudam muito em tudo que precisamos. Lembrando que não há nenhum contato com os alunos”, conta Renata. No caso da pintura, vale ressaltar que as tintas foram doadas pela Central Geral do Dízimo (CGD) da fundação “Pró-Vida”.

Para o diretor da PI de Mirandópolis, Ricardo José Marconato, a iniciativa do poder executivo, por intermédio da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, vem incentivar outras instituições e órgãos públicos a abrirem as portas aos reeducandos que querem mostrar seus valores em benefício social.

“Além de receber a remição de pena, o reeducando avança no processo de reintegração à sociedade e tem a oportunidade de desenvolver suas competências”, enfatiza Marconato.

Já os alunos da Apae de Presidente Venceslau foram presenteados pela Penitenciária I da cidade com uma horta composta por 10 canteiros, por meio do trabalho voluntário de 10 reeducandos. Neste mês, funcionários da unidade prisional, que fazem manutenção da horta, estiveram no local estudando uma readequação para promover acessibilidade aos canteiros, que também será realizada com mão de obra de sentenciados do regime semiaberto.

Para o diretor da PI de Presidente Venceslau, Marcos Donizete Pereira, essa é uma forma do reeducando utilizar o tempo em prol do próximo. “Eles contribuem com serviços à sociedade, com a qual eles se sentem em dívida, e isso auxilia na ressocialização do preso”, explica Pereira.

A coordenadora pedagógica da Apae de Presidente Venceslau, Vânia Aparecida Ricci, salienta que o trabalho, além de social, é educacional. “A horta foi muito importante para nossos alunos, pois com eles trabalhamos o lado sócio educacional, incentivando os sentidos como tocar, degustar e etc. São eles mesmos que lidam com a terra, plantam, regam, colhem e ainda consomem. Ou seja, ainda temos uma economia em produzir alguns alimentos”, afirma Vânia.

aasassa
Topo