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26/01/17 | Sonia Pestana – Coremetro

Joias da natureza

Madeira e sementes viram bijuterias em oficinas artesanais em penitenciária feminina

Com foco no empreendedorismo social, a Secretaria da Administração Penitenciárias (SAP) deu total apoio para que a Penitenciária Feminina da Capital (PFC) abrisse as portas do pavilhão materno-infantil ao projeto Recomeços Biojoias. A ação acontece em parceria com a Organização Não Governamental (Ong) Enactus e alunos do curso de direito da Universidade de São Paulo (USP), do Largo São Francisco e visa aumentar a qualidade de vida das pessoas por meio do desenvolvimento sustentável e geração de renda.

No período de agosto a dezembro de 2016, cerca de 20 sentenciadas fizeram parte do projeto que contou com rodas de conversa de temas diversos, com destaque para maternidade e sonhos. Paralelamente, as participantes tiveram a oportunidade de ouvir depoimentos de empreendedores, com dicas para iniciar um negócio próprio e também noções de cálculo para verificar os custos e a margem de lucro. Para as participantes do curso de capacitação foi emitido certificado de nível básico.

Nas aulas práticas, profissionais da área de design e de joalheria encabeçaram o curso, produzindo joias ecológicas com materiais naturais, como madeira e sementes de guaraná, jatobá, buriti, babaçu, casca do coco, bambu e cabaça, além de chifres e couro. Segundo os organizadores, no curso são usados materiais ecologicamente corretos, oferecendo a possibilidade de produzir biojoias como peças nobres e modernas, que podem conter ou não algum tipo de metal no seu projeto.

As peças produzidas durante as aulas foram comercializadas e o lucro revertido para as próprias participantes do projeto. Alguns modelos foram usados em um desfile de moda realizado no Mercado Municipal de São Paulo, em dezembro do ano passado.

Segundo Ana Paula Café, diretora do Núcleo de Saúde da penitenciária, o projeto Recomeços Biojoias cumpriu seu propósito ao empoderar as reeducandas e auxiliar no desenvolvimento do empreendedorismo. De acordo com ela, ao longo das atividades os membros da Ong Enactus deram ajuda prática às alunas do curso, viabilizando a participação de todas as interessadas, ao mesmo tempo em que cuidavam de seus bebês na própria ala materno-infantil.

Filosofia Enactus

Entidade sem fins lucrativos, a Enactus tem como objetivo ensinar a pescar e não somente dar o peixe aos necessitados. A Ong atua em 39 países e foi criada nos Estados Unidos. No Brasil, está presente desde 1998 e conta com a parceria de 100 universidades e mais de mil alunos já participaram dos projetos. Para o presidente da Enactus no país, Kleber De Paulo, a determinação da Ong é aumentar a qualidade de vida das pessoas por meio do empreendedorismo social.

Baseados em três pilares - social, econômico e ambiental - os participantes desenvolvem diversos trabalhos. De acordo com De Paulo, em todos os projetos desenvolvidos o foco é formar profissionais melhores e mais conscientes.

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