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24/11/16 | Sonia Pestana – Coremetro

Via rápida expresso, parceria da SAP, abre portas para a vida em liberdade

Sentenciados de unidades do regime semiaberto da Coremetro recebem formação especializada em pintura e hidráulica

O Programa Via Rápida Expresso, resultado da parceria entre as Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SDECTI), da Administração Penitenciária (SAP), de Estado da Educação (SEE) e da Saúde (SS), tem mudado a vida de 1.675 reeducandos, que cumprem pena no regime semiaberto, na região de abrangência da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro). Os cursos de pintura e hidráulica têm propiciado a formação técnica e aberto os horizontes para o aprendizado de uma nova profissão.

Ao longo de seis meses, os cursos do Via Rápida mudaram a rotina de unidades prisionais da Coremetro. Ao todo, foram envolvidos três Centros de Progressão Penitenciária (CPPs): São Miguel Paulista, Butantan e Franco da Rocha. Paralelamente, o Via Rápida beneficiou mais duas alas das Penitenciárias “José Parada Neto” de Guarulhos e “Mário de Moura e Albuquerque” de Franco da Rocha. Além desses estabelecimentos penais, outros dois Centros de Detenção Provisória (CDPs), com ala de progressão, passaram pela experiência: Chácara Belém I e II.

Opinião dos envolvidos

Para o bom andamento do Via Rápida, os trabalhos dos servidores foram fundamentais. Cada uma das partes envolvidas esforçaram-se para o andamento do projeto. Exemplo disso é o envolvimento da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), Coremetro e unidades prisionais que viabilizaram a ação aos sentenciados do regime semiaberto. De forma coordenada, foram montadas equipes de sentenciados para as 10 execuções destinadas a atender a demanda necessária nas escolas estaduais, hospitais, Escola Técnica Estadual (Etecs) e unidades prisionais.

Na opinião dos servidores colaboradores, o Via Rápida veio para somar. Para eles, o projeto é um exemplo de ressocialização pelo estudo e pelo trabalho, já que o sentenciado sente que é útil à sociedade. Os servidores acreditam que o Via Rápida desperta no sentenciado o desejo de aprender, ao mesmo tempo, abre as possibilidades de um novo rumo na vida.

“Ao fazer o curso, senti-me valorizado, porque vejo que há pessoas que pensam naqueles que presos e isso me dá ânimo”, confidenciou M.E.Z.S., sentenciado que cumpre pena no regime semiaberto. O companheiro de curso, F.M.S, compartilha da mesma opinião. “O Via Rápida abriu minha mente, porque, a partir desse trabalho, passei a ver que existem muitas possibilidades de trabalho”.

C.D.S. declarou que não fazia ideia do conteúdo do curso de pintura. Segundo ele, foi nas aulas teóricas que aprendeu os tipos de tintas disponíveis e as respectivas aplicações.

De acordo com o sentenciado, o curso trabalha a questão do orçamento no trabalho, levando em conta o tipo de serviço a ser efetuado, a tinta adequada e o prazo estabelecido. “O Via Rápida deu base para argumentar com o cliente na hora de oferecer um trabalho de qualidade”, destacou C.D.S, cuja postura no sistema prisional mudou a partir do curso e melhorou a convivência com demais presos e com os próprios servidores. “Sem dúvida, o curso abriu portas quanto às possibilidades de trabalho para quando chegar a liberdade”.

Sentimento igual é compartilhado por L.B.S., cuja perspectiva de vida mudou a partir do Via Rápida. “Quando sair, vou pintar o quarto do meu filho de três anos. Quando fui preso, ele tinha somente alguns meses”, relatou. Já para E.M.S, o curso deu segurança para encarar qualquer tipo de manutenção.

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