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08/08/16 | Sonia Pestana - Coremetro

CPP de Franco da Rocha promove prevenção de doenças diarreicas

Sentenciados e familiares recebem esclarecimentos sobre higiene, preparo, armazenamento e conservação de alimentos

O elevado índice de casos de doenças diarreicas, registrado desde o início do ano, despertou a atenção da equipe de saúde do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha. A partir dessa constatação, as diretorias de Saúde e Reintegração, juntamente com o Instituto Acqua, referência de atendimento na área de saúde, elaboraram o projeto educativo e preventivo intitulado “Ação de Prevenção de Doenças Diarreicas”.

Diante dos relatos semanais de casos de diarreia na população carcerária, a equipe de saúde promoveu ações para desvendar as causas do problema. Para isso, saiu em campo. Com apoio de 11 agentes promotores de saúde – braços do grupo nas galerias habitacionais –, foram verificadas questões importantes como higiene, limpeza e hábitos alimentares dos sentenciados.

Para a diretora técnica de saúde, Alessandra Santos Conversani, o papel desempenhado pelos agentes foi fundamental para desvendar as causas do problema de diarreia. Segundo ela, foi constatado que os presos tinham o hábito de armazenar por longo período, sem refrigeração, a comida trazida pelos familiares nos dias de visitação.

Em outro extremo, a equipe de saúde também levantou a rotina dos parentes dos sentenciados. De acordo com Alessandra, muitos visitantes fazem longas viagens, transportando a comida pronta de um lado para outro, até chegar às mãos dos sentenciados. “Alguns familiares chegam a dormir em alojamentos improvisados de sexta para sábado, ou sábado para domingo, mantendo as comidas em recipientes de plástico”, relatou. Paralelamente, a equipe do CPP verificou que a quantidade de alimento trazida pelos familiares excede, em muito, o volume necessário para o consumo durante os dias de visita.

Com esses dados, a área de saúde traçou estratégias para trabalhar a questão. A primeira ação envolveu os agentes promotores de saúde, por meio de intervenções pontuais, direcionadas à população carcerária, com enfoque nos riscos de armazenar alimentos sem a necessária refrigeração.

Nos dias 14, 15 e 16 de junho, foram abordados 263 familiares. Nessa ação, segundo Alessandra, foram enfocados assuntos pertinentes à higiene, especialmente, no preparo dos alimentos e o armazenamento em vasilhas plásticas. Outros aspectos também foram focados como a conservação e o transporte da comida.

Segundo pesquisa realizada pela equipe de saúde, nos meses de janeiro a maio deste ano, a prevalência de doenças diarreicas era na ordem de 304 casos em janeiro, equivalente a 12,32% da população do CPP; 81 casos em fevereiro, correspondente a 3,28%; 149 casos em março, 6,03%; 261 casos em abril, 10,57%. Em maio foram 123 casos, equivalente a 4,98%. Em função da ação desenvolvida, o mês de junho fechou o período com menos de 20 casos.

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