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08/08/16 | Renato Venturini – Interlocutor CRC

Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu apresenta segunda edição do livro escrito por uma reeducanda

A renda obtida com essa tiragem patrocinará quatro novos livros da escritora

A cerimônia de apresentação da segunda impressão do livro “O menino e a árvore”, de autoria da reeducanda Camila, aconteceu no dia 7 de julho, na Penitenciária de Mogi Guaçu. Assim como na primeira edição foram produzidos mil exemplares. Para registrar a ocasião, uma emissora de televisão filmou a solenidade e entrevistou a sentenciada. As imagens gravadas, com autorização da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), foram usadas na edição de matéria jornalística.

Foi por meio de um sonho que a reeducanda teve a ideia de escrever um livro. “Ao me visitar, minha mãe contou que minha filha, de nove anos, disse na escola orgulhar-se de mim. Mas como isso seria possível? Até aquele momento eu não tinha feito nada para despertar-lhe esse sentimento, nem mesmo o meu papel de mãe. Ao me deitar fiz um pedido a Deus: que me revelasse algo para eu ser um orgulho para minha filhinha”, conta.

No dia seguinte acordou com o firme propósito de escrever um livro de literatura infantil, dessa forma, foi criada a obra que agora alcança a segunda tiragem. A reeducanda usou como base as lembranças da infância para elaborar o projeto, escrito em um único dia.

A renda servirá para financiar novos livros da escritora. Três estão prontos: um de literatura infantil “A borboleta Morgana” e dois, dedicados ao público adulto, “Paula e Simone na prisão” e “A Cinderela vestindo bege”. Outro “Diário de uma missionária no cárcere” encontra-se em fase de finalização. Esse último narra as experiências de uma pessoa em privação de liberdade.

Para a psicóloga e responsável pela célula de referência técnica da região central, Delma Queiroz Sartori Furlaneti, a concretização desse projeto significa a realização de um sonho para a reeducanda. “Com persistência e o apoio recebido da direção do estabelecimento prisional e da entidade religiosa, esse livro pode ser escrito. Isso reflete na reinserção social dela. Na página 18 da obra, podemos notar o entusiasmo e a realização pessoal da autora: um sonho só se torna realidade se acreditarmos nele e não deixarmos ninguém nos tirar isso”, explica.

O evento contou com a presença de autoridades da SAP, familiares da reeducanda e representantes da Igreja Batista Cidade Universitária. Os livros são comercializados nas sedes da igreja, em Campinas.

Confira a matéria exibida na TV, por meio do link: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/detenta-escreve-livro-infantil-para-se-aproximar-das-filhas-e-se-libertar/5155833/

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