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27/06/16 | - Assessoria de Imprensa - SAP

Cordel e cultura nordestina na Penitenciária de Guarulhos II

No “I Encontro de Sarau”, artistas e reeducandos fizeram apresentações de dança, música e poesia

Na terça, 22, o ambiente prisional foi permeado pela poesia de cordel. Pinturas ao estilo de xilogravuras decoravam o espaço enquanto a dança, as palmas, o riso e a alegria tomavam conta do lugar. Em sua estreia, o “I Encontro de sauraus” trouxe poetas e músicos para interagir com novos artistas surgidos entre os reeducandos da Penitenciária “Desembargador Adriano Marrey” II de Guarulhos.

Há mais de cinco anos o presídio vem revelando talentos. Além das parcerias com entidades educacionais e organizações não-governamentais, o diferencial da unidade é o engajamento do corpo funcional. Como sintetizou no final da apresentação de teatro o Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Domingos Dudlei Menetti: “É possível”, os funcionários da unidade acreditam na arte como instrumento de reintegração social. Os aplausos da plateia, que incluía várias autoridades jurídicas e da área de educação de Guarulhos, comprovam que esse objetivo vem sendo obtido com muita qualidade artística.

A presença dos familiares dos presos também foi destacada pelo pelo juiz corregedor do Departamento Estadual de Execução Criminal (Deecrim) da 1ª. Região Administrativa Judiciária Jayme Garcia dos Santos Junior: “O Adriano Marrey não excluiu a sociedade dessa dinâmica, desse processo de reintegração social da pessoa presa. Principalmente não exclui a família. Eu costumo dizer que os atores mais importantes desse processo são os funcionários da Administração Penitenciária, e aqui no Adriano Marrey nós temos um corpo funcional maravilhoso”.

A parte musical foi garantida pelo grupo “Próximo Encontro”, formado por reeducandos da unidade, músicos com formações variadas– de autodidatas a um professor da área. Eles ensaiam uma vez por semana com apoio da direção do presídio. Também aconteceu uma apresentação do coral de presos, que cantaram em latim. As letras são do canto gregoriano – de origem religiosa cantada por monges durante a Idade Média – adaptada com arranjo contemporâneo e acompanhamento instrumental do “Próximo Encontro”.

O grupo de teatro do “Lado de Cá” encenou uma peça especial e abordou dentro da temática nordestina a homofobia, surpreendendo a plateia ao final da peça. Marcante também foi o grupo de dança, que deram “show” ao juntar xaxado com passos de frevo e break dance.

Poesias individuais e coletivas foram apresentadas nas mais diferentes modalidades: cordel, rap, individuais, poesia feita coletivamente e declamada em grupo, todas tiveram seu espaço.

Convidados de fora também participaram do evento. O grupo de sarau Paideia participou através da apresentação do poeta Jaime Queiroga. O grupo de forró pé de serra “Sakulejo” tocou clássicos de Luiz Gonzaga e composições próprias.

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