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02/05/16 | Sonia Pestana – Coremetro

Arte de sentenciados em exposição na Vila Madalena

Projeto Ponto Firme de crochê leva peças feitas por presos a bairro badalado da capital paulista

Quando o artesão e estilista pernambucano Gustavo Silvestre pensou em levar seu projeto Ponto Firme de crochê para dentro da Penitenciária “Adriano Marrey”, em Guarulhos, ele não poderia imaginar a repercussão que sua ação ganharia. E não é para menos: graças à iniciativa do artista, os 13 sentenciados produziram peças com cores e formatos diversos que foram objetos da montagem da exposição na loja “Novelaria knit café” montado no bairro de arte mais badalado de São Paulo.

O espaço de arte da Vila Madalena alia vendas de lãs, café e exposição de peças diferenciadas em tricô ou crochê. Para Silvestre, não poderia existir melhor lugar para expor os trabalhos dos sentenciados do Marrey, já que sua proposta envolve o trabalho com técnicas manuais e moda sustentável e foi estruturado com foco na valorização do artesanato brasileiro, ao mesmo tempo em que desenvolve concentração, habilidade e potencial criativo dos alunos.

Há cerca de cinco meses, desde dezembro de 2015, os 13 sentenciados envolvidos no projeto aprendem os pontos básicos em aulas práticas que acontecem semanalmente na área da educação da unidade prisional. Nesse processo, os alunos já são capazes de produzir peças variadas, desde bonés, toalhas de mesa até redes de balanço.

Exposição

A mostra de arte em crochê foi produzida a partir de criações individuais e agrupadas, ponto a ponto, com efeitos especiais pelas mãos do estilista. Segundo Lica Isak, uma das proprietárias da Novelaria, na abertura da exposição, no sábado 2 de abril, vários artistas plásticos presentes à mostra elogiaram os efeitos especiais das peças apresentadas. De acordo com ela, é nítida a capacidade de criação dos integrantes do projeto desenvolvido no Marrey.

O entusiasmo de Lica pelos trabalhos apresentados foi tanto que ela fez questão de listar por nome os artistas anônimos que vivem atrás das grades do sistema prisional, colocando numa moldura a homenagem prestada. Outra iniciativa sua diz respeito à emissão de certificado de aprendizes aos participantes do projeto Ponto Firme. Estão ainda em seus planos promover a entrega desses certificados pessoalmente aos sentenciados.

Apesar do pouco tempo de curso, as criações em crochê renderam inspiração para sete peças em formato de panô. Juntas, elas enchem de cor e criatividade o espaço, por onde passam dezenas de pessoas por dia, entre aulas, exposições, venda de agulhas de crochê e tricô ou só para saborear o café expresso e bolo caseiro.





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