Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

05/02/16 | Sônia Pestana – Coremetro

Coremetro na luta contra a dengue

Coordenadoria promove mutirão de ações

Diante da epidemia de dengue, zika e chikungunya que assola o país, a cidade de São Paulo não poderia ficar de fora. Com foco na informação para a multiplicação de instrutores, a Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) buscou formas de incentivar e equipar as 28 unidades prisionais. Para essa ação foi estabelecida a semana de 18 a 22 de janeiro com registros surpreendentes de criatividade, empenho e muito trabalho.

A ideia da Coremetro foi despertar os servidores sobre o grave problema a que estão sujeitos, incluindo também os sentenciados e familiares que visitam o sistema prisional. Segundo as autoridades da vigilância sanitária, a dengue, zika e chikungunya são doenças democráticas, não escolhem sexo, idade ou raça.

Na semana de conscientização, a rotina de todos foi alterada e não faltou criatividade nas abordagens sobre a dengue. As 28 unidades trabalharam com material informativo fornecido pelo Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVidas), o que incluiu cartazes e folhetos e, como complemento e não menos importante, também utilizaram material de apoio elaborado pela Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo, sobretudo por meio de slides explicativo montado pelos biólogos da Supervisão de Vigilância Sanitária (Suvis), de Parelheiros, na grande São Paulo.

Ações contra a dengue

As unidades localizadas na região metropolitana de São Paulo, a exemplo dos Centros de Detenção Provisória (CDPs) de Diadema e Santo André e das Penitenciárias Parelheiros e “Adriano Marrey”, em Guarulhos, buscaram apoio com os órgãos de saúde locais por meio de palestras explicativas e ações práticas em suas dependências. As demais unidades fizeram reuniões explicativas com os profissionais qualificados dos departamentos de saúde.

A união entre servidores e sentenciados foi o ponto alto das muitas ações nas unidades de abrangência da Coremetro. Exemplos não faltam de cooperação, nos CDPs Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo e Vila Independência e graças ao trabalho em equipe, as áreas vistoriadas no entorno da unidade foram ampliadas. Igual empenhou mostrou os CDPs Osasco I e II que realizaram trabalho de panfletagem além de ações em conjunto de manutenção como forma preventiva. O mesmo método também foi implantado nas unidades do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São Miguel Paulista, com limpeza nas calhas de captação de água de chuva vasos e plantas e do CPP de Franco da Rocha, incluindo a criação de uma equipe permanente de sentenciados para o combate e prevenção à dengue.

O trabalho nas penitenciárias femininas também foi marcado por trabalho em equipe. Na Penitenciária Feminina da Capital, além da vistoria, foi feito o corte de mato, a limpeza das áreas externas, a retirada de entulho e aplicação de cloro. Já na Penitenciária Feminina Sant’Ana, diretorias técnicas em conjunto com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) optaram por promover uma força-tarefa entre os setores da unidade, cabendo a cada um, a responsabilidade de agir nas suas áreas de abrangência, a exemplo da cobertura de vasos sanitários e outros recipientes de armazenamento de água nas celas sem uso, limpeza de calhas e caixas d’água das oficinas de trabalho.

No CDP Feminino de Franco da Rocha o Grupo ACqua, responsável por ações de saúde na unidade, promoveu reuniões especialmente formuladas sobre a dengue, zika e chikungunya. As reeducandas por meio de vídeo com depoimento de Dráusio Varela, médico com larga experiência no sistema prisional. Igual empenho teve o CDP Guarulhos II que, além de orientar servidores e reeducandos, também tomou medidas para autorizar a entrada de repelente para os reclusos por parte de seus familiares.

Trabalhos diferenciados

O CDP Pinheiros I optou por uma forma diferenciada de trabalhar a prevenção à dengue. Presos e familiares, incluindo crianças, foram surpreendidos com uma ação simples, porém, eficaz por meio da distribuição de impressos de motivos infantis para colorir, tendo a dengue como foco.

Outra iniciativa foi tomada pelos reeducandos do CDP Pinheiros II que, além dos mutirões de limpeza, também investiram na arte como ferramenta de conscientização. Por meio do grupo Anamnese, criado há cerca de um ano por iniciativa dos próprios detentos com histórico de uso de psicotrópico por abuso de drogas ou doenças mentais, foi montado um teatro de fantoches com objetivo de transmitir orientações variadas à população carcerária.

O grupo não perdeu tempo e montou uma peça especial com o rap da dengue. A receptividade, segundo relatos da diretoria de saúde, não poderia ter sido outra, senão a de apoio à causa.

De uma forma ou de outra, as ações vêm ganhando enfoques diferenciados no combate à dengue. Os CDPs Belém I e II, Guarulhos I, Mauá, Pinheiros III e IV, além das Penitenciárias “José Parada Neto”, de Guarulhos, “Nilton Silva” e PIII, ambas de Franco da Rocha estão investindo na informação sistemática sobre os perigos que o mosquito Aedes aegypti oferece. Nesse sentido, já estabeleceram programações específicas para os grupos de combate com ações periódicas, de forma diária, semanal ou quinzenal.

A ideia é criar o hábito de ter tarefas preventivas. Para isso, algumas unidades já elaboraram planilhas para o controle efetivo das ações de prevenção contemplando, inclusive, a demarcação de territórios que estão sob responsabilidade de certos departamentos, identificados por número e cor e as medidas tomadas.

A Penitenciária “Mário de Moura e Albuquerque”, PI de Franco da Rocha, investiu pesado na informação. A ideia do setor de saúde da unidade é promover a conscientização geral com as diretorias de áreas, sentenciados e visitantes. Os familiares foram alvo especial nessa campanha, já que receberam orientação sobre os perigos do acúmulo de lixo nas proximidades da unidade.

Para envolver todas as sentenciadas, o CPP do Butantan promoveu a tarefa de preparar cartazes informativos sobre a dengue. Como brinde, as participantes tiveram a oportunidade de ver seus trabalhos expostos nos mais variados locais da unidade.

O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e o Grupo de Ações de Escolta e Vigilância Penitenciária (Graevp) fizeram igualmente a lição de casa no combate ao mosquito da dengue. De forma sistemática, a equipe do GIR realiza faxina em suas dependências e mensalmente executam o corte de grama e limpeza na linha de tiro, paralelamente desenvolve trabalho de manutenção com foco na eliminação de frestas que podem se transformar em esconderijo de insetos.

Devido ao grande contingente de servidores, cerca de 850, o Graevp investiu na formação de 11 multiplicadores com palestra específica sobre a dengue e suas complicações. A procura de foco e limpeza do ambiente está em desenvolvimento e a cada dia, outras ações entram no rol de incumbência dos agentes de escolta.

Na sede da Coremetro uma roda de conversa reuniu 35, incluindo representantes das Bases dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVPs) e do GIR. Participaram os enfermeiros Valter Alexandre do Amaral e Ricardo Cardoso Gusmão, do CQVidas da SAP. Durante as explicações, não faltaram exemplos práticos de servidores que no ano passado contraíram a doença. No encerramento o grupo saiu monitorado pelo AEVP Edson Seabra, mestre em Biologia, para verificar possíveis pontos de criadouros do mosquito na sede.

Guardiões da dengue

Diante dos alertas das autoridades sanitárias sobre a incidência dos casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti a SAP foi além, ao determinar por meio da Resolução SAP Nº 21, de 20 de janeiro de 2016, a indicação de Guardiões de Combate ao Mosquito da Dengue.

A preocupação da secretaria baseia-se no fato que tais doenças são altamente letais, contudo, podem ser evitadas, se observados os cuidados necessários no combate de sua proliferação, com a eliminação de criadouros.

O contingente de servidores, a crescente população prisional, o grande número de autoridades e visitantes que circulam diariamente nas dependências das 163 unidades no estado, também preocupam a SAP.

Os 28 estabelecimentos prisionais subordinados à Coremetro, já indicaram, por meio de portarias específicas, um representante para atuar em cada unidade. Caberá a esses guardiões a aplicação correta de ações de combate ao mosquito.

Participe dessa campanha através da #SAPCombateAedes!

aasassa
Topo