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01/02/16 | Eliane Borges – CRO

Penitenciária de Assis dá início à 2ª Edição do Projeto “Literatura para Todos”

Sentenciados aprendem sobre poesias, contos e literatura clássica nacional, além de produzirem textos

Sentenciados treinam leitura de obras literárias

Projeto contou com adesão de 15 reeducandos do ensino médio

Encontros foram marcados por produção de textos

A 2ª edição do Projeto “Literatura para Todos” terá início em 15 de fevereiro na Penitenciária de Assis. A data escolhida é a mesma de retomada das aulas, segundo o calendário escolar estipulado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, uma vez que a ação é desenvolvida por meio da escola vinculadora. O objetivo é difundir a literatura brasileira e promover a motivação pela leitura.

A 1ª edição do evento, realizada em 2015, contou com a adesão de 15 sentenciados, estudantes do ensino médio. Semanalmente foram realizados dois encontros fora do período de aula, para discussão dos textos e ao final de seis meses a turma recebeu certificado de participação. “Para 2016, além dos novos inscritos muito pediram para participar novamente. Agora já existem subgrupos dos que gostam mais de poesias e inclusive escrevem seus próprios textos, outros de conto e um grande grupo de filosofia”, contou a professora de língua italiana que atua no projeto, Roseli Ferreira Amederi.

A atividade foi idealizada pelo Centro de Trabalho e Educação da unidade prisional e executada pelo diretor substituto, Mário Sérgio Nunes, com apoio e participação da escola vinculadora “E.E. Dr. Clybas Pinto Ferraz” de Assis. Segundo Nunes, a ideia é possibilitar ao reeducando que ele sonhe e veja que existem outros caminhos além daquele no qual está vivendo, pois o ato de ler é capaz de modificar a forma de ver o mundo, de agir, de buscar objetivos e o modo de passar o dia a dia.

Mesmo após o encerramento do ano letivo, os estudantes que participaram da primeira etapa continuaram as discussões com aprofundamento do tema e complementação com filosofia. Com início em outubro e término em novembro de 2015, o projeto foi desenvolvido em oito encontros, teve carga total de 24 horas e contou com a atuação da escola vinculadora, por intermédio da vice-diretora Mariângela Pascoarelli, da coordenadora pedagógica Maria Antônia da Costa e da professora Edmárcia Tinta.

Como base teórica do trabalho, Nunes cita trecho do livro “Palavras da Salvação: As representações da leitura na prisão”, de Valquíria Michela John: “Para um presidiário a leitura do mundo torna-se restrita porque o mundo passa a ser limitado pelas paredes da prisão. Não se pode ver o horizonte. Por isso, a leitura do texto escrito passa a ser, muitas vezes, a quebra da barreira do concreto”, escreveu John. O diretor afirma que o ato de ler vai além da educação formal e contribui significativamente para o processo de reinserção social.

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