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18/01/16 | Mariana Fonseca - Assessoria de Imprensa - SAP

Viola, minha viola

Reeducando do CR de Presidente Prudente transforma instrumentos musicais em esperança

Reeducando com sua criação


A viola feita por Celso

O reeducando Celso Luis Ferreira Elias, 41, cumpre pena no Centro de Ressocialização (CR) de Presidente Prudente e através das oportunidades fornecidas por essa unidade confeccionou uma viola. O CR dá espaço para que as habilidades manuais dos detidos sejam exploradas e desenvolvidas, de acordo com as capacidades de cada um.

Ferreira aproveitou a chance e mesmo que nunca tivesse fabricado um instrumento antes conseguiu aliar seu interesse por música e a vontade de vencer desafios, assim surpreendeu a si e a todos. “Me sinto melhor, com mais perspectivas futuras. Melhorou minha autoestima. Eu quero estudar mais e me aperfeiçoar nesta profissão de fazer violas. Eu nunca falo que não, sem antes tentar”, disse o mais novo artesão.

Tudo começou quando Celso Luis aprendeu a tocar viola olhando um violeiro que também estava no CR. A partir daí surgiu o anseio de fazer uma com seu gosto. “Eu gosto muito do som e também queria adquirir uma profissão de construir instrumentos musicais. Aprendi com a força de vontade e fui procurando o lugar das notas pelo ouvido mesmo, porque elas surgem naturalmente na minha cabeça, sei que o som são ondas e que não podia ter quinas na viola, para o som sair perfeito. Então eu fui fazendo com a madeira”, contou o reeducando.

A confecção foi possível também pois, o preso obteve autorização do diretor da unidade, apoio de sua família que enviou a madeira necessária e com o salário que recebe trabalhando na manutenção interna da unidade prisional comprou uma serra tico-tico e utilizou as demais ferramentas disponíveis no CR.

Além da produção de instrumentos, Ferreira Elias compõe músicas também. “Já compus 10 músicas, só preciso lapidar as melodias, pois elas estão em processo de aperfeiçoamento”, revelou o preso que toca viola há quase dois anos. A inspiração para suas criações musicais vem da saudade que sente de seus familiares, como sua ex-mulher, até de sua mais nova amiga: a viola.

A música mudou a vida de mais um reeducando, porque cada nota é uma oportunidade tocada; o som do instrumento é também o de um novo futuro. Celso Luis já faz planos, não só para ele, como também para sua filha. “Planejo fazer mais instrumentos, creio que na minha velhice essa será minha distração; construir violas, meu passatempo. Essa [viola] daqui é para minha filha de cinco anos, para ver se ela se sente motivada a seguir carreira na música, pois eu sempre gostei”.

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