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04/09/15 | Sonia Pestana - Coremetro

Horta destaca respeito ao meio ambiente

Sentenciados do CPP de Franco da Rocha mantêm plantio de verduras e legumes para consumo interno

Reeducando em horta do CPP

Há cerca de dois anos foi reativada a horta do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha, em completa sintonia com o meio ambiente. Numa área de 2 mil metros quadrados, 10 sentenciados são os responsáveis pela produção de legumes e verduras que fazem parte do cardápio da unidade prisional.

Com base nos registros do CPP, a horta foi implantada no segundo semestre de 1990. De início, foram feitos os trabalhos de melhoria do solo, algo necessário pois todo plantio seria feito pelo sistema orgânico. O Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Antonio Marcos Alves de Oliveira, há 25 anos trabalhando no CPP, é o responsável técnico do projeto. Com formação em agronomia, ele disse que no começo do projeto tiveram dificuldades para reunir o material necessário para a compostagem, já que o espaço a ser cultivado na época era de 10 mil m².

De acordo com Oliveira, o manejo correto do solo resultou numa superprodução de repolho entre os anos de 1992 e 1993, superando todas as expectativas. Ele recorda que foi necessário fazer uso de caminhão para transportar a colheita calculada em torno de 500 repolhos. Toda a colheita foi consumida na própria unidade prisional, entre a cozinha central e a copa dos funcionários.

Segundo o agrônomo, todo o crédito pela supersafra deve ser dado ao trabalho de preparo da terra, incluindo a adubação orgânica e a compostagem. Ainda hoje todo o plantio é feito com adubo produzido a partir de compostagem de folhas e esterco das 40 galinhas mantidas no CPP.

A horta produz alface crespa e americana, couve, cebolinha, coentro, salsinha, couve-flor, brócolis, escarola, almeirão, rúcula, milho, jiló, três tipos de pimenta e mandioca. “A princípio, tudo o que colhemos vai para a copa que serve os funcionários, mas a intenção é ampliar esse trabalho”, revelou Oliveira.

Anderson Taffo Quirino, diretor do Centro de Trabalho e Educação do CPP, declarou que estão nos planos do departamento aumentar a área de plantio e consequentemente contratar mais sentenciados para o trabalho. O projeto consiste em uma parceria com a empresa de alimentação e a unidade, usando mão de obra dos detentos, semelhante ao que já vem sendo feito hoje.

Para Quirino, a ideia é que a empresa entre com o pagamento dos reeducandos e também com as mudas ou sementes de hortaliças, em contrapartida, a unidade disponibilizará espaço e cuidados necessários para a plantação. De acordo com ele, toda a colheita será destinada ao consumo interno.

Quanto às vantagens de manter uma horta em unidade prisional, o diretor destaca a questão da diversificação na produção, procedência e manejo confiáveis. Outro fator determinante é a criação de inúmeras vagas de trabalho. Segundo Quirino, cerca de 800 reeducandos já prestaram serviços nos canteiros de verduras.

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