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06/03/24 | Sonia Pestana - Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Ações de Acolhimento preparam novos professores para o dia a dia no sistema prisional

Trabalho conjunto entre as Secretarias da Administração Penitenciária e da Educação revela-se fundamental para a reabilitação e ressocialização dos custodiados

Com o objetivo de realizar uma parceria de trabalho, os diretores gerais das unidades prisionais de Guarulhos apoiam de forma prática a Escola Estadual “Francisco Antunes Filho”, no município, nas Ações de Acolhimento com os novos professores da rede estadual de ensino. O papel dessa instituição é o de escola vinculadora junto às unidades prisionais desse município, com a gestão do corpo docente que leciona nessas unidades prisionais e, ainda, com a oferta do ensino formal aos alunos privados de liberdade.

O propósito da escola vinculadora é o engajamento das atividades educacionais. A iniciativa tem a aprovação da Secretaria da Administração Penitenciária, por meio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), e da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

De acordo com o diretor da escola vinculadora, Júlio César de Moura, o Acolhimento acontece desde 2019 e visa criar laços entre as duas secretarias e seus respectivos integrantes. Os resultados podem ser notados na melhora dos relacionamentos entre as partes e, consequentemente, na criação de um ambiente propício para a aprendizagem dos alunos privados de liberdade.

Na última reunião, realizada em 7 de fevereiro na sede da escola vinculadora, participaram 44 professores, sendo 26 do Plano Educacional Individualizado (PEI) e 18 que atuam no Sistema Prisional, pelo Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Além desses, estiveram presentes a coordenação pedagógica da unidade escolar, os gestores, além de supervisor escolar e os diretores dos estabelecimentos penais de Guarulhos vinculados à escola, a exemplo do Centro de Detenção Provisória (CDP) II e das Penitenciárias I “José Parada Neto” e II “Adriano Marrey”.

Moura destacou que a unidade escolar “Francisco Antunes Filho” atende o Ensino Fundamental II e Ensino Médio, a partir do Plano PEI e EJA. Para ele, grande parte do sucesso dos trabalhos deve-se ao alinhamento de ações que tem se revelado eficaz nesse processo tanto no diz respeito ao ensino e aprendizagem como também nas rotinas carcerárias. Para Moura, isso ocorre, sobretudo, pela boa relação interpessoal dos servidores das duas secretarias envolvidas. “Uma parceria construtiva entre Seduc e SAP”, afirmou.

Engajamento

Nos seis anos de implantação das Ações de Acolhimento com os novos professores da rede estadual de ensino, a participação dos diretores gerais é algo esperado e proveitoso. Para Moura, a presença desses servidores traz segurança e demonstra o engajamento da unidade prisional ao Programa de Ensino nas Prisões, criando um vínculo entre os mestres e a equipe pedagógica do estabelecimento penal.

Segundo os diretores gerais presentes à reunião, Emerson Rodrigues Sanches, do CDP II de Guarulhos, André Luís Alves, da Penitenciária I “José Parada Neto”, e Claudinei Teixeira de Souza, da Penitenciária II “Adriano Marrey”, um ponto fundamental abordado nesses encontros diz respeito às questões sobre segurança e disciplina dentro do sistema prisional. As dinâmicas internas são colocadas de forma clara e objetiva para o desenvolvimento das atividades educativas nas unidades. Segundo eles, os professores são bem receptivos e participativos.

Sanches salientou que o trabalho conjunto entre SAP e Seduc, feito por meio dos estabelecimentos penais e da escola vinculadora, é fundamental para a reabilitação e ressocialização dos custodiados que passam pela educação formal. Para ele, as Ações de Acolhimento formam a base desse bom relacionamento.

Para Alves, a ação serve para estreitar os laços de trabalho entre a escola vinculadora e a unidade prisional. Como resultado, ele destacou o trabalho de grande sucesso nas unidades prisionais que pode ser confirmado por meio da oferta de uma educação de qualidade aos custodiados.

O que pensam os professores

A professora Beatriz Santos Alves declarou que é fundamental e indispensável a presença dos diretores das unidades prisionais durante o planejamento escolar e nas ações de acolhimento.

Para ela, esses servidores trazem uma visão sobre a segurança dos estabelecimentos penais, além de apresentarem as ideologias e condutas que devem ser seguidas no sistema. “Só assim conseguiremos executar um ótimo trabalho e, consequentemente, ter um excelente ano letivo, atingindo os objetivos pedagógicos e educacionais”, justificou.

O mesmo pensa a professora Débora Cristina Curso da Silva. Segundo ela, tais reuniões com a presença dos diretores gerais são esclarecedoras sobre o cotidiano do sistema prisional.

De acordo com Débora, a probabilidade de poder realizar um bom trabalho pedagógico dependerá do apoio de todos os envolvidos. Ela também fez questão de destacar que as unidades prisionais acolhem com carinho e respeito os professores das escolas vinculadoras.

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