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31/01/24 | Sonia Pestana - Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Reeducandos que estudam no CDP II de Guarulhos desenvolvem projeto Casa Sustentável

Atividade proposta pela Escola Estadual “Francisco Antunes Filho” teve foco na preservação do meio ambiente

Os reclusos do Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Guarulhos, alunos do Ensino Médio, aprendem na teoria e na prática o que é sustentabilidade ambiental. A ação contou com o apoio das Secretarias da Administração Penitenciária (SAP) e da Educação (Seduc). O estabelecimento penal faz parte da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro).

A partir de um plano de trabalho único, com foco na temática “Meu Papel no Desenvolvimento Sustentável”, os professores da Escola Estadual “Francisco Antunes Filho”, de Guarulhos, que promovem a formação dos alunos pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) na unidade prisional, encararam o desafio e juntos buscaram soluções para problemas do cotidiano, como a questão das moradias. Coube a cada professor aproveitar ao máximo o projeto e dar o enfoque adequado à sua disciplina.

A partir dessa constatação nasceu o projeto Casa Sustentável com o objetivo de promover o aproveitamento dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, mostrar aos alunos envolvidos que a cooperação entre as disciplinas escolares traz bons resultados. Nesse cenário, todos contribuíram com estudos, pesquisas e análises de problemas para a elaboração do esboço.

Foco na preservação

A construção do protótipo de uma casa ecológica trouxe aos reeducandos a visão de que é possível melhorar a qualidade de vida enquanto se preserva o meio ambiente. Como os alunos se encontravam privados de liberdade, o projeto os ajudou a ver o quanto as tecnologias atuais podem contribuir para a conservação ambiental.

A integração de diferentes disciplinas ampliou os conhecimentos. Exemplo disso está nas abordagens complementares dos professores de biologia, química e física. Robson Monteiro, Rebecca Silva e Rafael Bispo Guimarães.

Monteiro trabalhou a percepção de hábitos que visam melhorar a qualidade de vida, enquanto Rebecca levantou a questão do uso consciente dos recursos naturais e o reaproveitamento de insumos recicláveis. Juntos promoveram a análise de possíveis soluções associadas à utilização racional de energia elétrica, como a conservação para uso em projetos sustentáveis e a transformação de energia solar em elétrica.

Coube à disciplina de Matemática o enfoque para a construção ecologicamente adequada. Os professores Édson Macedo e Ana Paula Silva promoveram pesquisas quanto aos vários exemplos de casas sustentáveis. De forma prática, os alunos aplicaram os conhecimentos matemáticos com relação ao custo-benefício envolvido na construção. E eles foram além: utilizaram diferentes registros e representações matemáticas na construção de plantas baixas e verificaram a viabilidade do processo.

Mão na massa

Chegou a hora de colocar a teoria na prática. Segundo relato da equipe de professores envolvidos com a atividade, foi feita uma sondagem junto aos alunos para saber das habilidades de cada um. Na sequência, os estudantes desenharam a planta de uma casa-modelo para a aplicação do projeto. O passo seguinte foi uma votação para a escolha da planta ideal para a montagem da maquete.

Para a construção do protótipo residencial foram usados materiais recicláveis, como papelão, papel sulfite, palito de sorvete, dentre outros itens. Foi necessário reduzir em 25 vezes o tamanho original de modo que a maquete coubesse em uma mesa escolar.

A preocupação com a sustentabilidade esteve presente também na rede elétrica da casa. De acordo com o relato da equipe de educação, os estudos preliminares feitos pelos alunos indicaram que a melhor opção seria fazer uso de lâmpadas de LED (Diodo Emissor de Luz) para a montagem de painéis solares, já que quando expostas à luz do sol essas absorvem energia que pode ser canalizada para o uso diário na residência ou armazenada em baterias.

A partir dessa constatação, os alunos desenvolveram um painel solar composto por 40 lâmpadas de LED. Juntos eles fizeram o circuito elétrico de tomadas, interligando a casa ao painel, incluindo três pilhas recarregáveis.

Os estudantes envolvidos com o projeto aprovaram cada etapa do estudo. O recluso Pedro relatou, por exemplo, que o trabalho executado foi de grande ajuda para entender todo o processo de planejamento de uma moradia sustentável. Na opinião de outro aluno, Jorge, a lição aprendida é que a energia renovável ajuda a diminuir o uso desnecessário de alguns materiais, evitando o desperdício.

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