Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

17/01/24 | Mariana Amud - Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Penitenciária Feminina da Capital recebe médicos do Grupo BEMM para atendimento voluntário à população prisional

Ação também contou com apresentação de fanfarra para alegrar os presentes

Final de ano é época em que práticas de voluntariado acontecem com maior frequência. Porém, para o grupo Boas Energias Mudam o Mundo (BEMM), os bons atos acontecem ao longo do ano todo, com atendimento médico voltado às reeducandas custodiadas na Penitenciária Feminina da Capital – RSA. O estabelecimento penal fica na Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), gerida pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Sob a supervisão da médica infectologista, Daniela Bertolini, o grupo de 36 pessoas, entre médicos e estudantes de Medicina, realizou 204 atendimentos, nas especialidades de odontologia, dermatologia, alergologia, gastroenterologia, infectologia, clínica geral, psicologia, fisioterapia pélvica, cirurgia geral e do aparelho digestivo, ginecologia e obstetrícia, além de exames de ultrassom obstétrico, transvaginal e testes rápidos de HIV/Sífilis.

Para a estudante Giovanna Bertolini, a presença dos acadêmicos em ações como as do BEMM são importantes para a formação profissional e também para auxiliarem os profissionais presentes. “É completamente essencial, como estudantes, como futuros profissionais da área da saúde estarmos presentes para atender essas mulheres. É uma experiência transformadora para nós”, destacou a discente.

A ação especial de final de ano contou também com atividades realizadas às reclusas gestantes e puérperas, com oficina de cartas, de shantala para os bebês e sessão de fotos. O encerramento da manhã de atividades contou com apresentação do grupo “As Obscênicas”. A banda formada por 14 mulheres animou reclusas, corpo funcional e voluntários com samba, MPB e POP interpretadas em instrumentos de sopro e percussão.

A diretora geral da penitenciária, Deyse Andrade, não mede elogios ao falar sobre a parceria estabelecida com o grupo de saúde. “Mais uma vez nossa Penitenciaria Feminina da Capital foi presenteada com uma ação do Grupo BEMM. Esses profissionais maravilhosos realizam um trabalho envolto de muito carinho e dedicação e fazem com que as mulheres privadas de liberdade se sintam vistas e cuidadas. O ambiente carcerário fica mais leve e melhora muito a rotina diária, diminuindo sobretudo as queixas por problemas de saúde”, destaca a gestora da unidade prisional.

Registros para vida

Na ala materno-infantil da PFC, gestantes e mães com bebês de até seis meses tiveram uma manhã que poderão guardar na memória e fisicamente. Através da sessão de fotos temática de Natal, muitas foram pela primeira vez fotografadas grávidas ou com seus filhos.

Já a oficina de cartas, idealizada por um grupo de psicólogas do BEMM, teve como proposta que as reeducandas escrevessem aos seus filhos e que essas mensagens o acompanhem na saída da unidade prisional. Para a psicóloga Marisa Harue, “a ideia desse registro é falar do momento enquanto grávidas ou com seus bebês, e da separação que enfrentarão. Falar sobre o que o filho representa para elas”.

Sendo a carta uma ferramenta comum de comunicação entre a população prisional e o mundo externo, não foi difícil encontrar bonitas mensagens de saudade e de otimismo, pintadas com diferentes cores e desenhos. L.M., de 27 anos, foi uma das reeducandas participantes da ação. Na PFC desde a sexta semana de gestação e já com o seu segundo filho nos braços, destacou a importância de escrever sobre esse momento da vida. “Eu ainda não tinha nenhuma foto do meu filho desde o nascimento e queria ter esse registro, é um momento que passa muito rápido”, lembrou L.M.

Fanfarra feminina

Para encerrar com louvor o ano de atendimentos na PFC, o BEMM convidou “As Obscênicas” para se apresentarem pela primeira vez em uma unidade prisional. O repertório incluiu marchinhas tradicionais de carnaval e músicas mais novas, desde o pop de Britney Spears à Gretchen. Um diferencial do grupo é tocar somente músicas compostas ou que ficaram famosas nas vozes de mulheres. Para Samira Marana, uma das instrumentistas da banda, a apresentação às reeducandas foi um misto de emoções. “Espero que a música seja um motivador, um lugar de reconexão, de construir novos futuros possíveis através da música e que essa experiência perdure e seja humanizadora para elas”, ressaltou a música.

Deyse ainda pontua: “a finalização do evento com “As Obscênicas” trouxe muita alegria e descontração, permitindo com que toda a população participasse e sentissem o quanto nossos servidores e colaboradores se empenham para trazer boas ações e fazer do ambiente hostil, um lugar de paz e boas energias”.

aasassa
Topo