20/10/23 | Assessoria de Imprensa - SAP  |  Compartilhe                    

Reeducandas têm um dia de princesa: “me sinto mais linda e feliz”

Tradicional concurso de beleza ocorre na Penitenciária Feminina de Pirajuí e tem como objetivo elevar a autoestima das mulheres presas

Os habituais uniformes da cor ocre e sapatos deram lugar aos longos vestidos e sandálias de salto alto. “Me sinto mais linda e feliz”, disse uma interna da Penitenciária Feminina “Sandra Aparecida Lário Vianna”, de Pirajuí. Trata-se do concurso de beleza Miss Primavera – tradicional ação da unidade prisional que, em sua sétima edição, reuniu, em 29 de setembro, reeducandas, servidores do sistema prisional e sociedade civil para um objetivo comum: mostrar que é possível recomeçar.

“O concurso de beleza é muito importante para toda a população prisional, pois, cada vez mais, podemos ver como essa iniciativa ajuda na melhora do comportamento e no dia a dia das mulheres encarceradas”, relata a diretora-geral da penitenciária, Graziella Fernanda Rodrigues Costa. De acordo com ela, o Miss Primavera visa mostrar para as internas que elas podem pensar em um futuro diferente, com novas possibilidades.

O evento teve a participação de 25 reeducandas, que foram selecionadas nos pavilhões habitacionais. Dessas, cinco foram destaque nas categorias: Miss Primavera, Miss Simpatia, Princesa, Miss Plus Size (para mulheres que usam roupas acima do padrão convencional) e Mister Primavera (para detentos transexuais).

“Eu tinha deixado de me olhar no espelho, mas agora me sinto uma princesa”, revela uma das vencedoras do concurso, que foi premiada com faixa e coroa. “Hoje esse lugar (penitenciária) está todo florido, é Primavera!!”, expressou uma das juradas do concurso, fazendo alusão ao nome do evento.

Para outra reeducanda que desfilou, mas não foi selecionada para a grande final, todas são campeãs, afinal, “só de participar do concurso de beleza faz de todas as presas mulheres vencedoras”.

Resgate da Autoestima

Todos os anos, entidades da cidade de Pirajuí, como igrejas e comércio local, ajudam na realização do evento, com doação de flores, empréstimo de vestidos e no café da tarde, servido tanto aos visitantes quando às internas. “Todos estamos trabalhando para o mesmo intuito: resgatar a autoestima e a dignidade dessas mulheres”, finaliza a diretora Graziella.