15/09/23 | Vivaine Henriques – Croeste  |  Compartilhe                    

Mães encarceradas recebem orientações sobre aleitamento materno na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista

Profissionais da saúde desenvolveram atividades alusivas ao “Agosto Dourado”

Projetada para a custódia de mulheres, a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, subordinada à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste (Croeste), tem em sua estrutura a Ala de Amamentação para reeducandas que se encontram no período de aleitamento materno e permanecem com seus bebês até o sexto mês de vida.

Durante o mês passado, foram realizadas atividades alusivas ao “Agosto Dourado”, dedicado à amamentação. As atividades contaram com a participação da Secretaria Municipal de Saúde. Enfermeira e nutricionista falaram sobre a campanha e ainda repassaram orientações sobre os benefícios do aleitamento materno, tanto para a mãe lactante como para o bebê.

As reeducandas gestantes e lactantes receberam informações das alunas do curso de Enfermagem da UNIFADRA, que abordaram cuidados com o bebê, em especial a higiene no ato de amamentar, além de técnicas da massagem shantala, que é realizada no bebê através de toques suaves, fortalecendo os vínculos entre mãe e criança.

Encerrando a programação, graduandos do curso de Medicina da UNIFADRA, discorreram sobre a importância da amamentação e os cuidados com os seios. Os futuros médicos realizaram, também, consulta de puericultura aos bebês.

A Ala de Amamentação conta com doze celas equipadas com cama hospitalar e berço para os recém-nascidos, água quente para banho, cozinha para preparo da alimentação das crianças, sala de TV, dentre outras particularidades.

No mês de agosto, estiveram na Ala seis bebês, com idades que variam de dois a seis meses de vida. As crianças permanecem com suas mães até a idade o sexto mês e, posteriormente, são encaminhados para suas respectivas famílias ou para família acolhedora, conforme Resolução SAP 132/2014.

Faz parte do processo de desligamento do bebê e sua mãe, a introdução de novos alimentos, onde ao quarto mês de vida são inseridas papinhas doces (frutas) e suco e no quinto mês ocorre a introdução do leite pasteurizado e a papa salgada (legumes), sob orientação de médica pediatra que atua na unidade prisional.

Protocolo de atenção

A Coordenadoria de Saúde do Sistema Penitenciário tem envidado esforços para a construção de um protocolo de Atenção às Gestantes, Puérperas e Bebês presentes nas unidades prisionais da Secretaria da Administração Penitenciária, em que a amamentação se configura como um importante fator de proteção ao bebê e à mãe, além de favorecer a construção de vínculos.

Segundo o Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde, o ato de "amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e em sua saúde no longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.