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11/05/23 | Sonia Pestana - Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

SAP e Prefeitura de Diadema unem esforços contra a violência doméstica e familiar

CDP de Diadema abre espaço para ação que prevê acolhimento e reflexão para reclusos contra atos agressivos contra a mulher

Por meio da parceria firmada entre o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Diadema com o Serviço de Mediação de Conflitos da Secretaria de Segurança Cidadã da Prefeitura do Município está em curso desde o dia 6 de abril, na unidade prisional, uma série de encontros do Grupo Reflexivo de Homens (GRHOM) junto a nove reclusos com a temática de enfrentamento da violência doméstica e familiar. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

De acordo com o diretor geral do CDP, Marcelo Cabianca Chicalé, o objetivo da ação é promover um espaço de acolhimento e de reflexão para homens que foram autores de atos agressivos contra a mulher. Segundo o dirigente, um ponto a ser abordado ao longo dos 14 encontros é entender que a violência abrange atitudes físicas e verbais.

“Esperamos que, ao final do projeto, os participantes reconheçam seus atos, reflitam suas atitudes e consigam adotar condutas que impeçam de repetir os erros”, declara Chicalé. Para o diretor, estão nos planos futuros do CDP dar continuidade ao projeto, assim como desenvolver outras atividades com a mesma natureza, contudo visando não apenas ocupar os reclusos enquanto estão no cárcere, mas também auxiliá-los a buscar conhecimento que evite a reincidência.

Estrutura do curso

Com base na Lei Maria da Penha de nº 11.340 de 2006, o Grupo Reflexivo estruturou o projeto com foco nas diversas formas da violência doméstica contra a mulher, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. A ação junto aos custodiados do sistema prisional prevê 16 encontros de 2 horas, num total de 32 horas, sendo 14 aulas virtuais e duas presenciais, no início e no término do projeto.

Assim, todas as quintas-feiras, das 7h30 às 9h30, os participantes da ação se reúnem num espaço disponibilizado pela unidade prisional, onde terão acesso às aulas por meio do uso de computadores. Todos as abordagens são monitoradas por servidores treinados para acompanhar as atividades, além de contar com três facilitadores por parte do Serviço de Mediação de Conflitos da Prefeitura de Diadema.

Ao longo dos encontros serão abordados temas como: A violência e suas implicações para a vida; Estereótipos, preconceitos e discriminações; Reflexão acerca das identidades e das performances masculinas aprendidas e reproduzidas; Perdão - amor e compaixão; Comunicação não violenta e inteligência emocional; Círculo restaurativo de responsabilização, entre outras abordagens.

Importância da ação

Segundo Benedito Mariano, Secretário de Segurança Cidadã da Prefeitura de Diadema, o trabalho de Mediação de Conflitos com homens autores de violência doméstica e familiar é uma prioridade, a curto e médio prazos, para diminuir as violências contra as mulheres. Ele ainda declarou: “Confiamos que atuando em ambas as frentes, tanto com as mulheres vítimas, quanto com os homens autores, de forma educativa, preventiva e responsabilizante, nós iremos ter mais êxito no enfrentamento às violências contra as mulheres, evitando as ocorrências e as reincidências."

Na opinião de Reginaldo Bombini, facilitador e Coordenador do GRHOM, do Serviço de Mediação de Conflitos da Prefeitura de Diadema, é importante oferecer um espaço de cuidado, de reflexão, de responsabilização e de reparação para os homens envolvidos com a prática de violências doméstica e familiar.

De acordo com Bombini, a ação visa romper com padrões tóxicos de masculinidade e relacionamentos interpessoais, visando desenvolver um repertório dialógico e emocional para lidar de forma não violenta com as adversidades e conflitos inerentes à vida. “O objetivo é oferecer um espaço para os homens se repensarem e ressignificarem a sua humanidade. Afinal, se aprendemos a ser violentos, nós podemos aprender a sermos não violentos”, ressalta o Coordenador do grupo."

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