13/03/23 | Eliane Borges - Croeste  |  Compartilhe                    

Projeto Reconstruir instrui reeducandos para saídas temporárias

Proposta é desenvolvida na Penitenciária de Caiuá

Visando promover reflexões sobre as saídas temporárias autorizadas pelo poder judiciário, a equipe de reintegração social da Penitenciária “Bruno Luiz Airoldi Leite” de Caiuá desenvolveu o Projeto Reconstruir, afim de preparar os sentenciados para usufruírem do benefício com capacidade mental e emocional ao se depararem com o mundo exterior.

Iniciada em maio de 2022, a proposta teve início com base em dados e observações coletadas pelos técnicos de reintegração social durante os atendimentos psicossociais com os privados de liberdade. Após identificadas as problemáticas e preocupações apresentadas, a equipe passou a elaborar reuniões, com cerca de 30 sentenciados por turma, a fim de prepará-los para as saídas temporárias do presídio.

“A unidade os reúne e explica quais são os benefícios, os direitos e os deveres de cada um durante essa ausência do presídio buscando, ainda, dar-lhes um preparo emocional relativo ao objetivo da saída temporária, ou seja, viabilizar a reintegração social do apenado, bem como desenvolver nele o senso de autodisciplina”, explica o gestor da penitenciária, Claudinei dos Santos.

Reuniões

Durante os encontros são apresentados pontos positivos das saídas, bem como pontuadas as facilidades e dificuldades durante esse processo. Também são promovidas reflexões sobre o viver em liberdade e em sociedade, e sobre como desenvolver habilidades emocionais diante de situações adversas. Para tanto, são realizadas diversas atividades como jogos lúdicos, teatro, culinária e música. Ao retornarem para o presídio, a roda de conversa se baseia nas experiências familiares vividas, convivência com os filhos e adaptações diante de perdas e doenças que tenham alterado a dinâmica familiar.

O projeto dá ao indivíduo uma nova identidade e trabalha o fortalecimento dos vínculos familiares. Os resultados alcançados são percebidos por devolutivas das próprias famílias após o regresso do reeducando, via telefone, as quais agradecem e narram o novo comportamento dos sentenciados e, ainda, pelo relato compartilhado pelos próprios beneficiados.