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01/07/22 | Mariana Amud e Sonia Pestana - Imprensa Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Treinamento para manipulação de alimentos capacita reclusos e servidores de unidades prisionais de Franco da Rocha

PII e CPP de Franco da Rocha mostram na prática que cursos profissionalizantes preparam os reclusos para vida em liberdade

Com uma produção diária de cerca de 10.600 refeições, servidores e reclusos da Penitenciária II “Nilton Silva” de Franco da Rocha receberam treinamento para manipulação de alimentos, com base em manuais e normas regulatórias da área. A capacitação ocorreu nos dias 13 e 14 de junho, com o apoio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) e do Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVidass) do Vale do Paraíba e Litoral, geridos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Preocupada com a segurança alimentar no sistema prisional, a SAP deu total apoio à montagem do curso. O tema é importante e envolve questões sanitárias que garantem um alimento seguro. Além disso, as questões relacionadas à manipulação dos itens alimentícios são amplas, envolvendo desde o recebimento do alimento, passando pelo armazenamento, preparo e distribuição para consumo.

Foi a partir dessa realidade que a nutricionista e diretora do CQVidass do Vale do Paraíba e Litoral, Patrícia Damasceno, ministrou aulas para 60 pessoas, entre funcionários e reeducandos. Apesar da curta duração do curso, os alunos puderam vislumbrar um panorama geral sobre boas práticas em cozinha e normas de vigilância sanitária.

Capacitação profissional

O treinamento foi idealizado pela unidade prisional a partir do crescente número de refeições produzidas na penitenciária. Paralelamente, surgiu a preocupação pela capacitação profissional dos reclusos para o trabalho diário na cozinha, seguindo técnicas adequadas e em segurança.

A participação dos servidores na formação também é parte importante do treinamento. Visto que os funcionários estão à frente das várias etapas de manipulação dos itens alimentícios, a inclusão deles no curso aconteceu de forma automática.

Cabe aos agentes supervisionar desde a entrada do alimento na unidade até o preparo e sua distribuição para consumo. Paralelamente, esses servidores também replicam os conhecimentos a novos reeducandos que assumam o posto de trabalho na cozinha.

Nas cinco horas de orientação, os presentes ouviram instruções sobre preparo e armazenamento de itens alimentícios, higiene pessoal, formas de contaminação, coleta de amostras, entre outros tópicos. Para a direção geral da Penitenciária II de Franco da Rocha os pontos ministrados por Damasceno permitiram os esclarecimentos necessários sobre cada etapa da produção dos alimentos.

Para o diretor do Núcleo de Trabalho, Wagner Said Trindade, o processo de ressocialização e inserção social começa com a educação e capacitação. Segundo ele, o curso traz profissionalismo e qualidade na produção dos alimentos.

De acordo com o reeducando A. C. L., o curso veio solucionar as dúvidas em relação à conservação e ao armazenamento dos alimentos, bem como sobre a higienização de verduras e legumes. Por esses pontos, o reeducando mostra-se agradecido pela capacitação, sobretudo com respeito ao conhecimento aprimorado no setor de cozinha”.

Preparação para vida em liberdade

O Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha, com uma produção média de 9.600 mil refeições ao dia, também adotou treinamento semelhante junto aos reclusos da unidade prisional. Contando com o apoio da Universal dos Presídios, por meio da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), o CPP promoveu, no período de 11 de maio a 2 de junho, um curso especial com o objetivo de melhorar as condições das atividades do setor de cozinha, copa e padaria no que se refere às boas práticas de manuseio, preparo e higiene.

Participaram do curso 100 reeducandos com potencial de trabalho no setor de cozinha. Foram montadas quatro turmas de 25 alunos. No total, entre abordagens teórica e prática, foram 60 horas/aula com direito à certificação e remição de pena por estudo, sendo que cerca de 40% das aulas foram feitas direto na cozinha do estabelecimento penal.

De acordo com o diretor geral do CPP de Franco da Rocha, Eduardo Villas Boas, é muito importante promover projetos e cursos profissionalizantes voltados para a população carcerária, sobretudo quando visam a valorização do indivíduo. “Contribuir para um recomeço, com possibilidade de novas oportunidades quando inserido na sociedade, gera inúmeros benefícios tanto para o egresso como para a sociedade em geral”, destaca o dirigente.

Compartilhando da mesma linha de pensamento está o diretor de Trabalho e Educação do CPP, Yuri Padilha do Prado. Segundo ele, é de suma importância para o crescimento individual do apenado poder contar com qualificação profissional. “Os cursos profissionalizantes são passaportes para o retorno à vida cotidiana de forma digna e honesta, aumentando as oportunidades de empregos lícitos e diminuindo a reincidência na vida do crime”, resume Prado.

Os reeducandos que tiveram a oportunidade de frequentar o curso são unânimes em afirmar que a iniciativa foi muito bem recebida. Para C.R.D, o aprendizado sobre a manipulação e higienização corretas dos alimentos é algo que levará para a vida. Ele ainda destacou que seu desejo é poder usar esse conhecimento adquirido no curso para seu futuro emprego, quando estiver em liberdade.

aasassa
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