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28/03/22 | Sonia Pestana – Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Lagos artificiais conferem paz e tranquilidade em ambiente prisional

A aparência serena dos lagos cria uma atmosfera relaxante que auxilia na reflexão e no descanso

Nada como usufruir de uma bela paisagem com uma fonte de água doce. Cenários como esse têm mudado a realidade do Centro de Detenção Provisória (CDP) II “ASP Willians Nogueira Benjamin” de Pinheiros e da Penitenciária I “José Parada Neto” de Guarulhos. Ambas as unidades contam com espaços voltados à reflexão e ao descanso tendo lagos artificiais como centro das ações. Os estabelecimentos penais fazem parte da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), subordinada à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

A criação dos lagos artificiais em unidades prisionais reflete a preocupação com o bem-estar comum, tanto dos servidores como também dos reclusos e visitantes. Além do valor estético, os projetos auxiliam na manutenção da umidade local, contribuindo para um ambiente mais agradável e saudável.

Nas duas construções houve a preocupação com a sustentabilidade. Assim, as estruturas foram pensadas a partir da captação de água da chuva, auxiliando, inclusive, na irrigação das espécies vegetais do seu entorno. A combinação de água e plantas permite, de forma natural, a atração de diferentes espécies de pássaros.

Planejamento e realização

Há muito o corpo funcional e a diretoria do CDP II de Pinheiros planejavam colocar em prática a criação de um lago com carpas. Mas foi somente neste início de 2022 que isso foi possível. A ação demandou estudo e organização, envolvendo análise para a escolha do local de instalação, bem como a viabilidade de doações de mecanismos de bombeamento e filtragem de água, filtro ultravioleta, luz bactericida e encanamentos diversos.

Para que o projeto ganhasse forma, servidores e reclusos trabalharam para que a obra saísse do papel. O diretor substituto do CDP, Ernani Izzo, destaca que a unidade conta com profissionais que não medem esforços para a melhoria do local. A concepção do lago veio do diretor do Centro de Segurança e Disciplina, Rogério Santos. Ele ainda agradece aos inúmeros colaboradores que participaram com a doação de equipamentos e peixes, sendo eles Carpas, Óscar e Cascudo.

Já com relação aos reeducandos, o dirigente relata a participação de cinco deles no projeto. O serviço garante remição de pena aos sentenciados – a cada três dias trabalhados, é remido um dia da condenação.

Os reclusos participaram da obra desenvolvendo trabalhos com base no rol de experiência de cada um. C.B.S, por exemplo, é pedreiro de profissão e por isso foi o responsável pela alvenaria do lago, F.S.C., é especialista em elétrica, L.M.S., cuidou do reparo e da manutenção da qualidade biológica da água, L.C.A., foi assistente de construção, elétrica e jardinagem, já R.S. deu total apoio nas várias fases do projeto.

“Hoje o local mais visitado na unidade prisional é o lago de carpas, que propicia momentos de reflexão e desestresse, além de tornar o ambiente mais agradável”, comenta o diretor do CDP. Servidores utilizam o espaço nos intervalos do almoço, reclusos do setor de trabalho da unidade estão sempre zelando pelo projeto, enquanto visitantes contemplam a beleza do espaço.

Área de tranquilidade

A ideia de proporcionar um ambiente apropriado para o descanso dos servidores, nos intervalos do horário de almoço ou jantar, era um desejo antigo do diretor técnico da Penitenciária I “José Parada Neto” de Guarulhos, André Luiz Alves. O sonho virou realidade graças a união de ideias e esforços tanto de servidores quanto de reclusos.

De acordo com o diretor, o projeto foi executado pelo setor de manutenção da penitenciária, contando com o apoio dos presos que prestam trabalho na área. A todos foi assegurada a remição de pena pelo serviço executado.

Dentre os materiais utilizados na construção, a unidade contou com doações de paletes de madeira para a confecção de bancos e mesas, além de itens para a alvenaria. A instalação é formada por um pequeno lago de Carpas com uma queda d’água, proveniente de reuso.

O local é emoldurado por jardins de flores. Os muros que circundam o lago foram usados como painel para transmitir mensagens de incentivo pessoal ou profissional por meio de frases de personagens mundialmente conhecidos. É nesse conjunto harmônico que os servidores se sentem acolhidos.

Segundo Alves, o projeto teve boa receptividade, não só por parte dos servidores da unidade prisional, mas também por parte das pessoas que adentram ao local, quer sejam advogados, policiais, defensoria ou visitantes dos próprios sentenciados. “Alguns se surpreendem com a presença de um local como este em uma unidade prisional”, ressalta o diretor.

Justamente por conta da aprovação do novo espaço, está nos planos do dirigente promover igual intervenção na Ala de Progressão da unidade, garantindo oportunidade de trabalho para alguns, enquanto outros desfrutarão de um local para o merecido descanso.

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