Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

18/03/22 | Amanda de Oliveira - CRC  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Auxiliar de enfermagem relata os desafios no enfrentamento da Covid-19 no sistema prisional

Flávia Luciana Peron entrou na SAP em 2001 e, desde, então coleciona histórias na área da saúde

No mês da mulher, representando todas as mulheres profissionais do ambiente penal, vamos conhecer a história de Flávia Luciana Peron, que faz parte da Secretaria da Administração Penitenciária há 22 anos e passou pelo enfrentamento da H1N1, em 2010, e nem imaginava que, 11 anos depois, estaria na linha de frente no enfrentamento da Covid-19.

Natural de Lins, interior de São Paulo, Flávia reside em Itirapina desde quando assumiu o cargo de auxiliar de enfermagem na Penitenciária "Dr. Antônio de Queiroz Filho" de Itirapina. Há 11 meses, ela trabalha no Centro de Detenção Provisória (CDP) “Marco Antônio Alves Bezerra” de Jundiaí, onde passa a semana e retorna para casa aos finais de semana, viajando aproximadamente 318km, se dividindo entre a família e o trabalho.

Medo, ansiedade e incerteza foram os sentimentos que tomaram conta da auxiliar de enfermagem no início da pandemia, já que ninguém tinha uma resposta para o Coronavírus. Além disso, Flávia tinha que lidar com outro desafio: o de voltar para casa e não contaminar as pessoas que ama.

“Foi bem difícil porque não sabíamos naquele momento com o que de fato estávamos lidando, quando surgiram os primeiros casos no sistema prisional, voltar para casa sempre foi um medo muito grande, dentro de todo o contexto, ainda tinha a possibilidade de estar assintomática”.

Uma mudança de hábitos tornou-se necessária. O uso de máscara, álcool em gel e o isolamento social fizeram parte da nova rotina que mexeu com todos.

A Secretaria da Administração Penitenciária suspendeu as visitas e passou a tomar todos os cuidados indicados pelo Comitê Científico a fim de evitar a proliferação do vírus no ambiente prisional. Vacinas contra a Covid e a Influenza foram disponibilizadas para servidores e para a população carcerária.

Para Flávia, quando parecia que a pandemia estava acabando, a equipe de saúde teve que lidar não apenas com o Coronavírus, mas com a variante de Influenza H3N2 e uma nova onda da Covid-19.

“Quando passamos a nova onda de Influenza, mais uma vez a Covid-19 estava entre nós”, disse. “Desta vez, com sintomas mais leves, porém com um agente muito mais contagioso. Cada vez que pensava que tinha me contaminado, o medo mais uma vez tomava conta. Como eu iria para casa depois de fazer tantos testes positivos, de trabalhar o dia todo no ambiente altamente contaminado, mesmo sabendo que tomava todos os cuidados necessários? ”, refletia Flávia.

Hoje, Flávia comemora a rotina de dias mais calmos. Segundo a servidora, o clima está bem diferente de quando tudo começou. Ela disse que a fé foi muito importante para o enfrentamento da crise e agradece a Deus por não ter levado o vírus para casa e quando retornava para o seu lar. Aos finais de semana, participa ativamente de suas atividades religiosas na igreja com a sua família.

“Firmamos um compromisso e participamos ativamente na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Meu filho mais novo toca violão na missa, meu marido canta e eu ajudo no que for preciso. Durante o período mais difícil da pandemia aprendemos a estar isolados em casa e a fazer destes momentos únicos”, encerrou.

aasassa
Topo