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07/03/22 | Mariana Amud – Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Após tratar câncer de mama, servidora recebe boas vindas no CPP de São Miguel Paulista

Funcionárias da unidade demonstram carinho e amparo umas às outras

Cercada por mulheres fortes nas diferentes esferas de sua vida, a Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Miriam Celeste, do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São Miguel Paulista, estabelecimento subordinado à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), retornou ao trabalho após 13 meses afastada em razão do tratamento de um câncer de mama. “A descoberta foi muito difícil, porque eu tive minha mãe que faleceu de câncer. Mas assim que fui contando, as pessoas não me deixaram desanimar, me incentivaram a fazer os exames e me deram força. Foi uma das coisas que eu achei mais importante”, conta Miriam.

Colegas próximas da servidora também comentaram a angústia de ver alguém tão querida tendo que lidar com essa difícil doença. “ A Miriam é uma pessoa carinhosa, muito especial, ela é o nosso grude”, revelou sorrindo a ASP Ana Lúcia Freitas, feliz por ter a amiga de volta e com saúde. Uma das primeiras pessoas a saber do diagnóstico de Miriam, a Diretora Geral do CPP, Nívia Seravali, relembrou o dia da notícia. “Fiquei entristecida, até sem palavras no momento. A gente se vê na situação, como mulher”, destaca a diretora.

Descoberta e tratamento

Após perceber um caroço na mama, a servidora correu para fazer os exames necessários. O diagnóstico não veio em seu primeiro retorno ao médico e, ainda desconfiada, Miriam procurou uma segunda opinião. “Recebi o resultado no dia 18 de dezembro de 2020. Eu estava de férias. O médico falou que eu estava com um carcinoma maligno e que ia precisar fazer cirurgia. Então me encaminhou para o Hospital do Servidor Público e para o SUS. Com a ajuda da Dra. Nívia saiu a minha vaga pelo SUS e eu fui atendida no dia 4 de janeiro de 2021”, fala sobre a rapidez no processo e da colaboração de sua colega de trabalho para encontrar os caminhos de acesso para o tratamento.

Dessa data em diante, Miriam passou por cirurgia, sessões de quimio e radioterapia, e hoje segue o tratamento de hormonioterapia. “Você passa por tanta coisa que por fim acaba não se reconhecendo, né? O mais difícil é isso, é se olhar no espelho e não se reconhecer”, relembrou ela do período em que começou a perder os cabelos, tendo que cortá-los bem curtinhos.

Apoio

Celebrando o Dia Internacional da Mulher, os relatos da servidora e de suas colegas são exemplos de força e união. “Foi fundamental ter mulheres no entorno. Eu tenho uma filha e foi ela que esteve ao meu lado todos os dias. Tanto a mastologista como a oncologista são mulheres. Aqui [na unidade] a grande maioria é de servidoras. As pessoas não sabem o quanto é importante esse apoio em um momento de fragilidade”, reforça Miriam.

Em razão da pandemia de Covid-19, foi através da tela do celular que a Diretora de Disciplina do CPP, Rosana Carvalho, se manteve próxima da colega. “A gente orou juntas durante uma hora, por vídeo, antes da cirurgia da Miriam. Falei que tudo ia dar certo e fui dando essa força para ela”, conta a servidora.

Bem-vinda

O retorno ao trabalho, programado para o dia 24 de janeiro, teve de ser adiado após Miriam contrair Covid-19. Já vacinada, a servidora teve sintomas leves. Após sua recuperação, ela foi recebida com um caloroso café da manhã proporcionado por seus colegas, no dia 31 de janeiro. “Com um pequeno café da manhã, dissemos que ela é bem-vinda e muito importante para a gente”, conta Ana Lúcia. Para Nívia, o café foi uma forma simbólica de representar a preocupação e apoio, além de carinho e união, para com ela.

Mostrando preocupação com as servidoras da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) como um todo, Miriam deixa um recado especial: “Se cuidem, se amem, se valorizem sempre. Busquem o melhor para vocês. Incluam boas atividades em suas vidas, conversem, coloquem para fora os sentimentos represados. A gente tem que se colocar em primeiro lugar”, destaca ela.

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