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05/10/21 | Sonia Pestana – Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Ação ambiental nos presídios promove respeito à natureza

Projeto de captação de água da chuva destaca trabalho consciente para proteger o meio ambiente

Com foco na adoção de atitudes sustentáveis, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) destacam a iniciativa do projeto de captação de água da chuva para reuso. Ao longo da ação, que já dura seis anos, estiveram envolvidos servidores e reclusos na instalação de calhas, tubulações e caixas d’água em diversas áreas das unidades prisionais.

O objetivo da ação é armazenar água da chuva para utilização na limpeza de pavilhões habitacionais, prédios administrativos e áreas de educação e trabalho, além de irrigação dos jardins, hortas, lavagem de viaturas oficiais. Segundo os diretores das 17 unidades prisionais que aderiram ao projeto, a prática visa evitar o desperdício de água tratada nas demandas de limpeza em geral.

O processo para a instalação e efetivo funcionamento do projeto exigiu aproximadamente 3.350 metros de tubulações instaladas. Para completar o circuito, 99 caixas d’água passaram a fazer parte do cenário dos estabelecimentos penais. A capacidade de armazenamento está calculada em torno de 560 mil litros. A Coremetro busca incentivar todos os projetos que visam melhoria nos estabelecimentos prisionais, bem como os que geram economia ao erário.

Trabalho consciente

Após a crise hídrica enfrentada em 2013, a ação ganhou peso e trouxe consciência ambiental a servidores e reclusos. Em complemento, outras medidas foram adotadas visando o uso racional de água. Nas áreas administrativas de unidades houve a troca de equipamentos desgastados, substituição de torneiras comuns por modelos automáticos, ao mesmo tempo em que instalaram válvulas de descarga com sistema de controle de fluxo.

Em todo o processo, desde a montagem, até a manutenção e a limpeza, está presente a mão de obra de detentos, que tiveram pena remida pela sua atuação, e trabalham sob a orientação e supervisão de servidores das unidades. Apesar de ser um sistema de simples conservação, os dirigentes destacam que o trabalho requer uma equipe com conhecimento técnico de alvenaria e hidráulica.

Ainda dentro da questão de manutenção, é feita a lavagem dos equipamentos e a limpeza das calhas que realizam a captação de água. Esse trabalho, normalmente, é realizado no período de estiagem que vai de abril a setembro.

Benefício ambiental

Todos os dirigentes dos estabelecimentos penais envolvidos são unânimes ao afirmar que a iniciativa trouxe benefícios para o sistema prisional como um todo, mas sobretudo contribuiu para a tomada de consciência. Nesse sentido, o diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP) “ASP Nilton Celestino” de Itapecerica da Serra, Roberto Yokio Mitsuhashi, destaca que o maior legado deixado para a sociedade é o cuidado, o respeito e a responsabilidade com o uso da água.

De acordo com o diretor substituto do CDP II “ASP Willians Nogueira Benjamin” de Pinheiros, Ernani Izzo, é grande o valor de reflexão ambiental que o projeto trouxe a todos, desde o corpo funcional até a população carcerária, sobre a importância da utilização responsável dos recursos naturais.

Expansão do projeto

Em função da boa receptividade dada à iniciativa, as unidades que implantaram o sistema observaram que há margem para aprimoramento e expansão. Segundo os diretores, demais áreas dos estabelecimentos prisionais podem também serem incluídas tanto na recepção de água da chuva como na sua utilização consciente, a exemplo do uso para limpeza de outros setores administrativos, vestiários e sanitários dos servidores, além do pátio de estacionamento.

Já o CDP III de Pinheiros estuda a possibilidade de aumentar a captação de água da chuva para aproveitamento no plantio e produção de hortaliças do sistema de aquaponia, já em funcionamento na unidade desde 2016.

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