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31/08/21 | Mariana Amud – Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Agentes da Coremetro optam pela bicicleta como meio de transporte

Além de bem-estar, a prática ajuda a fugir do trânsito

É sobre duas rodas e no controle do guidão que servidores de estabelecimentos penais da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana (Coremetro) têm encarado seus trajetos. Os agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) estão fazendo do ciclismo um meio de transporte, aliando saúde e bem-estar.

A caminho do Complexo de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, Rogério Santos e Jaqueline Casco pedalam rumo ao local de trabalho. A servidora, que está há mais de um ano no CDP IV de Pinheiros, foi incentivada por um colega em seu primeiro dia no CDP. “Apesar de ser uma unidade prisional acessível via transporte público, a locomoção até aqui é demorada, tornando o tempo para me exercitar bem escasso. Assim, pensei em algo que trouxesse benefícios e encaixasse na rotina”, comentou Jaqueline.

Rogério já faz esse percurso há mais tempo. Desde 2008 no Centro de Detenção Provisória “ASP Willians Nogueira Benjamin” de Pinheiros II, em 2018 optou por deixar o carro na garagem e, entre caminhadas e corridas com seu colega de trabalho Alan de Souza, adotou a “bike” em sua rotina. “Comecei a andar de bicicleta porque cheguei a gastar mais de uma hora para trafegar por nove quilômetros. Esse trânsito carregado, sem fluidez, nos deixa estressado e cansado antes mesmo do início de nossas atividades”, contou o agente.

Pedalar na metrópole

Os percursos seguidos por Jaqueline e por Rogério são diferentes, mas ambos já perceberam as dificuldades de ser ciclista na cidade de São Paulo. O Complexo de Pinheiros fica localizado na Marginal Pinheiros que conta, em parte dela, com ciclovia. Porém, nem todo o caminho tem sinalizações e espaços seguros aos que escolhem andar sobre duas rodas não motorizadas. “O trânsito em São Paulo é realmente caótico e, infelizmente, alguns maus motoristas ainda não desenvolveram o respeito pelo outro, não pelo ciclista, mas pelo outro ser humano”, aponta o servidor do CDP Pinheiros II.

Entre rios e montes

A cidade de Franco da Rocha, com uma topografia de mar de morros, dá aos ciclistas o desafio de subir e descer inúmeras ladeiras. Rumo à Penitenciária I “Mário de Moura e Albuquerque” de Franco da Rocha, os servidores Jean Rocha e Natalino da Silva se esforçam nos pedais.

Para Natalino, a prática não é somente um exercício. O uso da bicicleta como meio de transporte também “contribui com o ar, deixando de queimar combustível”, disse ele. Atento ao uso de equipamentos de segurança como capacete, luvas, óculos e sinalizadores, Jean encontrou na prática uma oportunidade de conhecer novos lugares e muitas pessoas, fazendo cicloturismo.

Coragem e pé no pedal

Quem pratica dá dicas para iniciar a atividade. “Comece! Permita-se ser a melhor pessoa para si mesmo. Deus lhe concedeu o dom da vida para usufruir de todas as formas possíveis, através do esporte é possível minimizar os danos físicos e mentais que são consequências das urgências do trabalho, das relações interpessoais e da nossa sobrevivência”, reforça a servidora do CDP Pinheiros IV.

Como forma de incentivar mais pessoas, o agente do CDP Pinheiros II está organizando um grupo de servidores que se interessam pela atividade. De início, os passeios serão realizados aos finais de semana em parques da região, como o Villa Lobos e Ibirapuera.

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