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23/08/21 | Marcus Liborio – CRN  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Prática do ciclismo conquista servidores do sistema prisional

Só na região noroeste, que abrange 44 estabelecimentos penais, 405 funcionários são adeptos da atividade

Pedalar é uma atividade em expansão e que alia sustentabilidade e saúde. A prática vem conquistando, cada vez mais, servidores do sistema prisional. No último dia 19 foi celebrado o Dia Nacional do Ciclista e, somente na região noroeste do estado, que abrange 44 estabelecimentos penais, já são em torno de 405 funcionários que mantêm boa relação com a bike.

Os números, inclusive, estão em sintonia com levantamento feito pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, que registrou média de 50% de aumento nas vendas de bikes no ano passado em comparação a 2019, no Brasil. A pandemia de Covid-19, que limitou o uso de academias, é uma das principais justificativas para a alta.

Seja qual for o motivo, quem ganha são os adeptos da atividade em duas rodas, que proporciona diversos benefícios tanto para a saúde física quanto mental.

Para os servidores do sistema prisional, o ciclismo também é prática esportiva e gera sensação de autonomia e liberdade. E o perfil vai desde ciclistas experientes, que pedalam há mais de três décadas, até quem descobriu os prazeres da bike há apenas uma semana.

Exemplo dos agentes de Segurança Penitenciária (ASPs) Rogério de Souza do Nascimento e Gislene Nobre Nascimento, que trabalham na Penitenciária de Marília e tiveram incentivo de amigos ciclistas.

“Começamos a pedalar porque vimos na bicicleta uma forma prazerosa de fazer atividade física. Por sermos casados e pedalarmos juntos, a gente se diverte e ainda ganha mais disposição para trabalhar e viver a vida”, celebra Rogério.

“A bike é um meio de transporte econômico, ajuda a controlar o excesso de peso, a pressão arterial, o estresse do dia a dia e melhora a função respiratória”, completa Gislene.

EXPERIENTES

Entre os servidores ciclistas, há quem tem bastante história para contar. Caso do Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP) Marcio Budoia, 48, que pedala desde os 13 anos de idade. “Fui incentivado por meu irmão mais velho, que me presenteou com uma bike para pedalar com ele. Nunca mais parei”, conta.

Marcio, que atua na Penitenciária “Osiris Souza e Silva” de Getulina, participa de torneios e não poupa esforços nos treinos. “Pedalo cerca de 150 quilômetros por semana, aliados à corrida de 10 quilômetros, tendo em vista que sempre participo de competições regionais, tanto de bike quanto de corrida”, destaca.

SUSTENTABILIDADE

Outro com muita bagagem sob duas rodas, o AEVP Adriano de Jesus Vicente, 46 anos, pedala há 33 anos, incentivado pelo pai. Funcionário do Centro de Detenção Provisória (CDP) “ASP Francisco Carlos Caneschi” de Bauru, ele confirma que andar de bike alia sustentabilidade e saúde.

“Ainda mais com o estilo que pratico, o cicloturismo, que me permite conhecer cidades da região através de estradas rurais, cachoeiras, rios, matas preservadas e animais silvestres”, elenca. “Isso cria um vínculo ainda maior com a natureza e a responsabilidade de conservação se torna um hábito”, completa.

DESAFIOS

Apesar dos benefícios, pedalar é sempre um desafio, tendo em vista as dificuldades impostas pelo trânsito. Vicente destaca que é preciso estar atento diante das adversidades.

“Eu ia trabalhar de bike. Percorria 30 quilômetros de casa até a unidade prisional. Hoje, contudo, não faço mais isso, pois é preciso encarar uma rodovia muito movimentada e perigosa”, lamenta.

Ele critica a falta de políticas públicas para os ciclistas. “Se tivesse um investimento maior na construção de ciclovias, eu usaria mais vezes a bike para ir trabalhar. Porém, a realidade é outra”.

Vicente recomenda, portanto, pedalar paramentado e com a utilização de equipamentos de sinalização. “Também é importante sempre respeitar todas as regras de trânsito”, orienta.

ORIGEM DA DATA

O Dia Nacional do Ciclista é comemorado em 19 de agosto, data da morte de um ciclista conhecido em Brasília, Pedro Davison, o Pedrinho, que acreditava na bicicleta como o meio de transporte do homem do futuro. Ele, que era biólogo, morreu atropelado, aos 25 anos, por um motorista que dirigia embriagado.

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