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23/07/21 | Marcus Liborio - CRN  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Dia do Escritor: funcionários da SAP viram a página da rotina e criam livros e poemas

Servidores do sistema prisional celebram paixão pela escrita e exibem suas próprias obras

O domingo, 25 de julho, foi de homenagens a todos que se dedicam à escrita e têm habilidade de transformar palavras em boas histórias. O Dia do Escritor também é motivo de celebração para vários servidores da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), capazes de “virar a página” da rotina e criarem suas próprias obras, como livros, contos e poemas.

As unidades da Coordenadoria da Região Noroeste (CRN) reúnem alguns exemplos de funcionários apaixonados pela literatura, como o Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Adilson Carlos Furlan Silvestrim. Ele tem dois livros publicados: Fernando Pessoa e a Visão de Alberto Caeiro Ilustrada em Quadrinhos (2009); e Jerônimo (2018), além de ter participado como contista em sete antologias.

O servidor da Penitenciária “Osiris Souza e Silva” de Getulina orgulha-se, ainda, por ser membro vitalício e secretário-geral da Academia Linense de Letras, titular da cadeira 40, cujo patrono é Fernando Pessoa. “Comecei escrevendo poesias espontaneamente. Com o passar dos anos, fui atraído pelos artigos jornalísticos e depois por contos e livros”, pontua Adilson.

ROMANCE

Último livro lançado pelo escritor, “Jerônimo” é uma ficção no gênero romance. A história se passa no Centro-Oeste Paulista, nas décadas de 1920 a 1960. “O protagonista se tornou uma lenda viva como desbravador e semeador de civilizações, cuja fibra era de um legítimo bandeirante”, resume Adilson.

‘DOM DE DEUS’

Também escritor de livros, Edmundo Dante Zamaro Júnior atua no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) II “Dr. Eduardo de Oliveira Vianna” de Bauru. “A vontade de escrever é natural em mim, sempre gostei. Na igreja evangélica tratamos isso como um dom que Deus nos concede para servi-lo”, destaca.

Edmundo tem duas obras publicadas, que abordam política no Brasil e catolicismo. E ele não pretende parar tão cedo. “Já estou trabalhando em mais um livro sobre criacionismo científico e evolucionismo”, adianta.

DA PALESTRA AO LIVRO

O Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP) Adailton Alves de Sousa, que trabalha na Penitenciária de Ribeirão Preto, ministrava palestras com o tema “Família”.

Para atender demanda do público, produziu apostilas para distribuir nos eventos e decidiu expandir o projeto, escrevendo seu primeiro livro: “Namoro - O Que Fazer Para Não Errar”.

“Assim, uni o gosto pela escrita com o assunto mais frequente de minhas palestras”, justifica Sousa, adiantando que deve publicar outra obra, voltada para casais, em 2022.

DE PAI PARA FILHO

Sebastião Donizete Limpo, 59 anos, é outro exemplo de servidor da SAP que se dedica à escrita. Ele tem mais de 180 poemas publicados. “Sempre falo de amor e saudade nas poesias”, resume o ASP da Penitenciária “Valentim Alves da Silva”, de Álvaro de Carvalho.

Ele conta que se inspirou no pai, que morou por muito tempo em Portugal. “No início da Segunda Guerra Mundial, ele retornou ao Brasil com uma bagagem enorme em literatura”, lembra Sebastião.

A veia poética já passou para mais uma geração. “Quero ver meu filho se tornar um escritor. Aos 9 anos de idade, ele já tem um livro pronto, que escreveu antes da pandemia. Pode ser um futuro poeta, pois tem inspiração”, orgulha-se.

POEMAS EM JORNAL

Funcionário do CPP III “Professor Noé Azevedo” de Bauru, Hildo Daniel também coleciona diversos poemas. Muitos deles, inclusive, publicados em jornal impresso de circulação em Bauru e região. “Sempre gostei de escrever, desde pequeno. Adoro rimas”, conta.

Os temas abordados nas poesias são referentes às datas comemorativas do ano. “Sempre tenho retorno dos leitores pelo reconhecimento em cada homenagem”, exalta o poeta. “Escrevo como hobby e para o meu bem-estar de cada dia”, finaliza Hildo.

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