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24/02/21 | Veruska Almeida – GQVidass

Programa Estadual de Controle do Tabagismo começa a ser realizado nas unidades prisionais de SP

O projeto é destinado para as pessoas privadas de liberdade que desejam parar com o tabagismo

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) firmou a Resolução Conjunta SS/SAP – 01, de 03 de fevereiro de 2021, que está implantando nas unidades prisionais de São Paulo o Programa Estadual de Controle do Tabagismo, destinado para as pessoas privadas de liberdade. A ideia veio por meio do Programa Quero Parar de Fumar, que é disponibilizado pelo Grupo de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (GQVidass) e pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) aos servidores do sistema prisional.

Considerando o ambiente fechado dos presídios, é cada dia mais importante ampliar e difundir os esforços de controle do tabaco no ambiente prisional, utilizando medidas de prevenção de iniciação, como também ofertas de tratamento para as pessoas presas que manifestam interesse em parar de fumar.

Nesse quadro, a Coordenadoria de Saúde do Sistema Penitenciário, através do Programa Estadual de Controle do Tabagismo tem o objetivo de ofertar assistência aos presos que buscam pela cessação do tabagismo, além do apoio psicológico necessário durante o tratamento. Um exemplo desse atendimento é o caso do reeducando, R.C.G, que apontou as dificuldades enfrentadas no início do tratamento. “É muito difícil, tive muita vontade de fumar, foi uma luta árdua comigo, isso do primeiro ao quinto dia de tratamento”, contou.

A primeira reunião ocorreu em novembro de 2020 no Centro de Detenção Provisória (CDP) III de Pinheiros e teve a presença de 40 reeducandos que se inscreveram para participar da ação. Outros 100 presos da unidade demostraram interesse e estão sendo atendidos com a abertura de novas vagas na turma.

Hoje, após três meses de trabalho, os resultados já estão sendo alcançados. O preso D.G.L., que apresentava problemas cardíacos e hipertensão, parou de fumar e relatou que foi uma experiência gratificante participar do programa, pois trouxe benefícios e melhorias para a sua saúde. Ele ainda contou que, com esse trabalho do tabagismo, ele poderá ajudar com a sua experiência outros detentos que querem retornar para a sociedade com mais saúde e economia de gastos com o cigarro.

O diretor do CDP III de Pinheiros, Evaldo Barreto dos Santos, que também era fumante e parou de fumar há sete anos com a ajuda do Programa Quero Parar de Fumar ainda explicou como esse trabalho é importante na rotina da unidade. “Inúmeras são as vantagens de desenvolver o projeto na unidade prisional, além dos diversos benefícios a saúde das pessoas presas participantes, elas se sentirão valorizadas e certamente serão multiplicadoras da ação” explicou dos Santos.

Incialmente, o projeto será aplicado nos Centros de Detenção Provisória (CDP) I e III de Pinheiros, no CDP de Belém I e no CDP de Vila Independência. Assim como na região Metropolitana, unidades de todo o Estado deverão ser abrangidas pelo trabalho, que visa em um ano atender mais de cinco mil presos.

Atualmente, há 107 servidores da área de saúde capacitados pelo Cratod para os grupos de trabalho, que deverão ser ampliados com a formação de novas turmas.

Tabagismo no Brasil

Apontado como uma doença crônica, o tabagismo é causado pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. O seu uso contribui para o agravamento de diversas doenças, gerando um alto custo social e econômico para todo o país. Sendo considerada a primeira causa de morte evitável no mundo, só no Brasil cerca de 13% das mortes são atribuídas ao tabagismo.

Como enfrentamento desse problema de saúde pública, o Brasil criou diversas regulamentações sobre o consumo do tabaco, como aumento de impostos, uso de aditivos, restrição de consumo em espaços públicos, entres outros. Desde 2005, o tratamento formal para cessação do tabagismo passou a ser implantado em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

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