17/02/21 | Amanda de Oliveira - CRC
Concursos têm ajudado a promover o debate e a desenvolver o senso crítico das envolvidas
Na Penitenciária Feminina de Votorantim, 152 reeducandas participaram de concurso de Conhecimento Gerais, Atualidades e Conhecimento Bíblico
Vencedoras ganharam cesta de produtos e certificados
Um concurso de Conhecimento Gerais, Atualidades e Conhecimento Bíblico foi feito na Penitenciária Feminina de Votorantim para 152 reeducandas. A direção da unidade prisional tem aproveitado os momentos de pandemia para promover a interação e o desenvolvimento intelectual entre as sentenciadas, por meio da realização de concursos, já que além deste, também foi realizado o concurso “Mentes que Voam” – 1º Concurso Literário ocorrido na penitenciária.
As provas foram de múltipla escolha e aconteceram em etapas semanais, resgatando conhecimentos aprendidos na escola, por meio dos noticiários e do estudo da Bíblia. Para Ademir dos Santos Braca, diretor do Centro de Trabalho e Educação, a leitura bíblica é capaz de nortear princípios de valores, moral e de ética.
O sistema penitenciário recebe o apoio de várias denominações religiosas com a intenção de ressocializar os apenados. Diversos são os programas desenvolvidos, o que torna o livro sagrado um dos mais procurados pelos encarcerados.
“Para mim foi uma experiência nova, além de buscar novos conhecimentos e enriquecer meu aprendizado. Independente do lugar e das circunstâncias, Deus nos capacita, e vamos levar para toda a vida tudo o que adquirimos de conhecimento”, disse uma das participantes.
Braca ainda acrescenta que a abrangência das questões do concurso proporcionou momentos de muitos debates e pesquisas, o que possibilitou uma carga de conhecimento maior a cada uma das participantes.
Mentes que Voam
Em julho de 2020, a unidade também promoveu o 1º Concurso Literário nas categorias prosa e poesia, com tema livre, intitulado “Mentes que Voam”. O objetivo foi incentivar a leitura, a escrita, despertar valores fundamentais que ajudam a formar opinião, expressão e ampliação do vocabulário das participantes. 130 obras foram inscritas, sendo premiada as oito melhores.
O concurso, além de aspecto cultural, procurou envolver a valorização humana e o preceito fundamental ao processo de ressocialização. As ganhadoras receberam um certificado de mérito literário e um kit de higiene pessoal com uma mensagem motivacional.
A idealizadora do concurso, Paula Balieiro, é Agente de Segurança Penitenciária há 12 anos. Responsável pelo núcleo de trabalho e formada em Ciências Biológicas, Balieiro disse que estimular o desenvolvimento das sentenciadas é uma realização.
“A ideia do concurso surgiu porque quando eu era adolescente participei de um e fui vencedora na categoria prosa. Eu resgatei as origens e criei o projeto aqui na unidade prisional. Todo o processo foi muito gratificante”, diz a ASP, que se considera uma amante da leitura e da escrita, e ainda acrescenta: “o objetivo foi atingido, as mentes realmente voaram e trouxeram histórias maravilhosas! Estou muito realizada e feliz”.