14/01/21 | Pierre Cruz – Corevali

Feira de artesanato recebe produtos de reeducandos da SAP

A iniciativa é uma parceria da SAP com o Poder Judiciário e o Conselho da Comunidade da Vara de Execução Criminal (CCVEC) de Taubaté

O trabalho de pessoas privadas de liberdade ganhou protagonismo no Natal da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Uma parceria da Pasta com o Conselho da Comunidade da Vara de Execução Criminal (CCVEC) de Taubaté possibilitou que itens produzidos por reeducandos de cinco presídios do Vale do Paraíba e Litoral Norte estivessem disponíveis para venda na 1ª Feira de Artesanato Reciclando Vidas, que aconteceu nos dias 10, 11 e 12 de dezembro em um shopping de Taubaté.

O evento apresentou peças criadas pelas mãos de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba, da Penitenciária II de Potim, do CDP de Taubaté e de presas da Penitenciária Feminina I de Tremembé e da Penitenciária Feminina II de Tremembé. Os materiais são frutos de diferentes projetos de ressocialização aplicados nos presídios, que garantem capacitação profissional aos internos e remição de pena por meio do trabalho.

“A variedade de produtos agradou bastante e mostrou a grandiosidade das ações desenvolvidas dentro das unidades”, reflete a agente de segurança penitenciária Aldenice Araújo. A servidora acompanha a produção de casinhas de cachorro feitas por reeducandos de Potim e de Caraguatatuba e de gaiolas decorativas produzidas por detentos de Taubaté. “As gaiolas vêm de apreensões feitas pela polícia ambiental, que combate o tráfico de animais, e são transformadas em peças de decoração pelos presos”, explica.

A exposição trouxe outros produtos artesanais como: vasos de planta feitos com fibra de coco, itens de crochê, tricô e bordados, jogos para copa e para cozinha, e outras variedades. “Desde o início, fomos muito bem recebidos. As pessoas se surpreenderam com a qualidade, capricho e criatividade dos objetos”, afirma Aldenice.

A ideia inicial é a de que a feira ocorra em datas comemorativas. Parte do lucro das vendas retorna aos reeducandos e a outra parte será utilizada para fomentar as ações de ressocialização nas unidades prisionais que funcionam em parceria com o Conselho da Comunidade.

A presidente do CCVEC de Taubaté, Maria Teresa Ivo, explica que essa é uma iniciativa da 1ª VEC de Taubaté, por meio da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, e da SAP. "O intuito é aproximar a sociedade civil do trabalho realizado no sistema carcerário, desmistificar os preconceitos em relação ao preso e proporcionar a reintegração, para que detentos tenham um caminho aberto para reconstituírem suas vidas, quando saírem em liberdade”, afirma Maria Teresa.