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04/01/21 | Amanda de Oliveira - CRC  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Final de campeonato na P1 de Sorocaba promove interatividade entre os apenados

Evento teve início em março com o objetivo de minimizar os impactos da pandemia

Era uma tarde ensolarada e colorida. Com uma movimentação atípica, todos estavam engajados em um único objetivo: fazer acontecer a final do show de talentos na Penitenciária Dr. Danilo Pinheiros, Sorocaba I, ou o “Pinheirão”, como dizia o apresentador do evento. Não havia diferenças entre servidores e a população carcerária e nem parecia um ambiente prisional.

No regime fechado, havia uma exposição de peças de crochê, maquetes, carros e barcos grandes – feitos pelos presidiários. Enquanto separados pelas grades era possível apreciar o artesanato, dava para ver os artesãos disputando jogos de xadrez, cabo de guerra e outras atividades.

Já no regime semiaberto, o cenário era diferenciado. Os beneficiados pelo regime se empenharam o suficiente para transformar o ambiente. Por um momento, eles próprios tinham esquecido onde estavam e suas condições. E esse foi o objetivo de realizar o evento, que vem acontecendo semanalmente, desde que começou a pandemia.

Janete da Silva, diretora de Núcleo do Trabalho, disse que a intenção é tornar os dias no sistema prisional mais agradáveis e promover a interação entre os sentenciados, tomando todos os cuidados necessários para evitar o contágio pelo coronavírus, o que vai ao encontro do pensamento de Flávio Martins, diretor substituto do “Pinheirão”, que estava sempre atento ao uso das máscaras tanto pelos servidores quanto pelos presidiários.

Na rede da trave de futebol, com letras coloridas, havia o letreiro: Show de Talentos. De um lado, a mesa dos jurados, compostas por sentenciados. Do outro, a mesa dos convidados para o evento – os servidores. No palco, músicas, teatro e a dança animavam as competições.

Entre os que assistiam, havia um grupo bem característico: os habitantes da cela 15, simbolizando o público LGBTQ+, em uma tenda coberta nas cores lilás e rosa. Três integrantes apresentaram dança, ao som da cantora Lady Gaga.

Comandando o evento estava Alexandre Eurico, como mestre de cerimônia, demonstrando desenvoltura e habilidade com a atividade que exercia. Parecia também se sentir livre, entre uma apresentação e outra, mostrava o seu talento com a voz e o violão.

Dentre os concorrentes estava Nilton César da Silva, que foi o vencedor do festival. Uma figura tímida e com transtorno de fluência - popularmente conhecido como gagueira, que surpreendeu o público com a belíssima voz ao cantar Pais e Filhos, de Renato Russo.

Os participantes receberam certificados e assim chegou ao fim o festival que teve início em março, com o objetivo de minimizar os impactos psicológicos e tornar as tardes mais leves e divertidas, em tempos de Covid-19.

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