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18/12/20 | Pierre Cruz – Corevali

Reeducandos trabalham com fibra de coco em projeto de sustentabilidade

Projeto garante remição de pena por trabalho a presos e presas de Tremembé

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) aposta na sustentabilidade para garantir a reintegração social de homens e mulheres privados de liberdade. A novidade laborterápica incluída no conceito de preservação do meio ambiente é a manipulação da fibra de coco para a produção de material de jardinagem e para peças de artesanato. A atividade contempla detentos do Centro de Progressão Penitenciária “Dr. Edgard Magalhães Noronha”, o CPP de Tremembé, e reeducandas da Penitenciária Feminina II de Tremembé.

A iniciativa é uma aliança entre a SAP e o Conselho da Comunidade da Vara da Execução Criminal (CCVEC) de Taubaté. O coco descartado em mercados e em pontos públicos é a matéria-prima do projeto – o material é recolhido por uma empresa de coleta seletiva taubateana, por meio de uma parceria com o CCVEC, e encaminhado para o CPP de Tremembé, onde acontece a primeira etapa da ação.

Cinco reeducandos da unidade prisional trabalham na secagem do fruto e em seu desfibramento. A fibra é separada em dois tipos: a in natura, pronta após o processo de trituração, e a granulada, resultado do tratamento de moagem. A matéria orgânica restante desse procedimento é transformada em pó de coco, ideal para terrários e atividades de jardinagem. “Utilizamos todo o coco, que demoraria de 8 a 10 anos para ser decomposto. É uma maneira sustentável de não acumular lixo”, ressalta Liza Lanfranchi, do CCVEC e envolvida no projeto.

MULHERES ARTESÃS

Na segunda parte da inciativa, o material em estado granulado é encaminhado para a Penitenciária Feminina II de Tremembé e transformado em vaso de plantas pelas mãos de 25 presas do regime semiaberto. As detentas fazem parte do projeto Sol Nascer, de artesanato, corte e costura, e têm experiência com trabalhos manuais. A técnica para manusear a fibra de coco foi ensinada pela agente de segurança Renata Mendes de Abreu, formada em Educação Artística e responsável por supervisionar as detentas.

“Tivemos apoio do CCVEC para desenvolver as peças e essa é uma ótima oportunidade para as reeducandas terem uma profissão quando saírem em liberdade. A habilidade, elas já têm”, afirma a profissional. A interna Daniele, de 40 anos, enxerga a ação como uma futura fonte de renda para família. “Vou ensinar meu marido a fazer esses vasos para termos o nosso próprio negócio. É uma forma barata de fazer dinheiro e a agente Renata nos ajudou a ter foco para criar produtos interessantes”, considera.

Os presos do projeto têm direito à remição de pena, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). A cada três dias trabalhados, um é descontado de sua condenação. Os itens desenvolvidos foram comercializados, incialmente, em uma feira com materiais produzidos por detentos da região do Vale do Paraíba.

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