Reeducandas mostraram sua feminilidade durante o “CPP Fashion Day”

Não é segredo que toda mulher gosta de sentir-se bonita e atraente. Esse sentimento foi despertado nas reeducandas do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São Miguel Paulista, que se tornaram verdadeiras modelos durante o “CPP Fashion Day”. Com roupas, cabelo e maquiagem impecáveis, 17 detentas desfilaram em uma passarela improvisada na unidade, em 01/07, esbanjando beleza e alegria.

O objetivo do evento foi, segundo a direção do presídio, dar visibilidade a pessoas invisíveis e elevar a autoestima de cada mulher encarcerada. “Um lindo presente; foi o que significou para mim. A cada atividade era como se eu estivesse desembrulhando uma caixa e, quando terminei, lá estava eu: radiante e linda”, emocionou-se a participante Marina Clekovic.

O desfile, idealizado pela entidade religiosa Fundação Comunidade da Graça, juntamente com as Diretorias de Reintegração Social e de Segurança e Disciplina do CPP, foi um sucesso. “Minha autoestima foi renovada, me senti mais bonita, confiante e segura. Foi muito bom receber elogios”, contou a sentenciada Leimara Cristiane Alves da Silva.

Os preparativos começaram às 8h, quando voluntários (manicures, cabeleireiros e maquiadores) chegaram para produzir as presas interessadas em desfilar. “O evento mostrou que nem todos da sociedade têm preconceito contra nós, reeducandas”, afirmou Dayane Torres dos Santos. “Ser tratada como gente comum, e não como presa, é muito bom. Me senti uma princesa”, completou Erica Gomes da Silva.

O vestuário foi fornecido pela coordenadora de moda Karen Brandoles, que declarou que a coleção utilizada pelas detentas é baseada no amor que transforma. “A ideia é quebrar paradigmas. Essas mulheres que estão afastadas da sociedade, fora dos padrões impostos pela moda, são reais e precisam ser vistas como mulher", explicou.

Além do desfile, toda a população carcerária foi contemplada com uma encenação teatral, lanche e uma dinâmica que emocionou a todos os presentes. “Passamos por uma transformação para ver que somos o que queremos ser, não só por fora, como interiormente”, disse a reeducanda Marcela Lobo dos Santos.

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