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04/09/20 | Pierre Cruz – Corevali

Concurso de poesias estimula a criatividade de reeducandas de Tremembé

Mais de 200 textos foram produzidos por detentas da Penitenciária Feminina II

A promoção de atividades culturais é uma das apostas da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) para estimular a criatividade de sentenciados na área educacional. Com esse propósito, a Penitenciária Feminina II de Tremembé organizou um concurso de poesias com os temas: família, isolamento social e natureza. Ao todo, 204 textos foram inscritos para a ação e doze reeducandas foram premiadas no dia 19 de agosto.

A ação faz parte do projeto “Nas Asas da Poesia”, que ocorre em parceria com a Academia Pindamonhangabense de Letras (APL) desde maio de 2016. Mensalmente, são promovidas premiações literárias entre as presas de um dos pavilhões da unidade prisional. Com a pandemia da Covid-19, uma edição especial foi desenvolvida para alcançar toda a população carcerária, com o objetivo de driblar os impactos provocados pelo distanciamento social.

Professoras e voluntárias da APL fizeram orientações às detentas de forma remota. As docentes enviaram vídeos com instruções sobre o concurso e as reeducandas dos regimes fechado e semiaberto tiveram uma semana para escrever suas obras.

A diretora do Centro de Trabalho e Educação (CTE) da penitenciária, Daiane Roberta Fernandes de Souza, observou que as visitas à biblioteca do presídio aumentaram no período da competição, quando as presas procuraram inspiração e referências nos livros do acervo para suas poesias. “Houve boa aceitação por parte das internas, principalmente as que estão matriculadas no Programa de Educação nas Prisões (PEP) da modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA)”, explica a diretora.

Para Daiane, a iniciativa é ideal para desenvolver a reflexão e proporcionar um momento de entretenimento no ambiente prisional. “Projetos dessa natureza despertam o interesse das reeducandas em desenvolver o hábito de leitura e, também, a buscar por matrículas em atividades educacionais”, afirma.

As obras literárias produzidas pelas presas foram avaliadas pela equipe da APL. As premiações aconteceram nos diferentes pavilhões do presídio e na Ala de Progressão Penitenciária. Além disso, houve uma classificação geral que selecionou os três melhores textos da unidade prisional. As vencedoras receberam um certificado de participação, um livro e um kit de higiene pessoal.

Amanda, detenta de 40 anos, foi a primeira colocada da avaliação geral. A interna concluiu os estudos dentro do presídio e passou a trabalhar na biblioteca do estabelecimento penal. A sentenciada conta que consegue expressar suas ideias e opiniões por meio da arte. “A poesia é revolucionária, destrói um mundo e cria outro, a poesia liberta e salva”, acredita. “Há um tesouro guardado na alma de todo ser humano e, com um pouco de sorte, eles são descobertos”, conclui.

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