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10/08/20 | Kelma Jucá - Corevali

CDP de Taubaté promove atendimentos virtuais

Serviços para detentos nas áreas da saúde, religião e família são preservados por meio das plataformas digitais

Desde o início da pandemia, a rotina nas penitenciárias foi alterada para evitar o maior número de contato possível da população carcerária com o meio externo. A responsabilidade com a preservação da saúde dentro das unidades e o empenho na ressocialização de reeducandos fizeram com que alguns estabelecimentos utilizassem a comunicação online. Exemplo disso é o Centro de Detenção Provisória (CDP) “Dr. Félix Nobre de Campos” de Taubaté.

Ancorado no tripé família-saúde-religião, o CDP tem atuado para minimizar os efeitos do isolamento social causado pelo novo Coronavírus. Pensando nisso, foram feitas adaptações em atendimentos que antes eram presenciais.

Para que os trabalhos desenvolvidos na unidade não perdessem completamente o ritmo, algumas atividades passaram a ser ministradas por plataformas digitais. Assim, foi mantido o atendimento religioso duas vezes na semana. A cada reunião online, participam oito detentos que são orientados a repassar os ensinamentos do dia aos outros colegas de cela. Existe um revezamento de raios, a fim de que os temas alcancem toda a população carcerária local.

Outra atuação para a manutenção de um cumprimento de pena mais tranquilo são os encontros com os representantes dos Narcóticos Anônimos (NA). Atualmente, ocorrem atendimentos semanais, com duas horas de duração. Antes da pandemia, as sessões estavam organizadas de forma a atender dois raios por semana e, a cada três meses, era realizado mutirão para assistência a todos os detentos da unidade.

Para o diretor geral do CDP de Taubaté, Claudio José do Nascimento Brás, a manutenção de projetos sociais, mesmo que de forma virtual, é um laço importante que influencia positivamente no comportamento da pessoa encarcerada. “Esses projetos sempre trouxeram alento a muitos, pois uma grande parte da população prisional não recebe visitas, sendo essas pessoas seus contatos com o mundo exterior”, explica.

Acolher

Além dos detentos, os familiares também são foco de um olhar mais humanizado no CDP de Taubaté. Em execução desde 2016, o projeto Acolher é outro tipo de atendimento que está em dia, apesar da pandemia, por meio de práticas virtuais. Trata-se de uma abertura da equipe técnica da unidade para reforçar a importância da família no processo de ressocialização do indivíduo privado de liberdade.

Em outras palavras, são oferecidos, pontualmente, suporte psicológico e orientação sobre redes assistenciais do município à família dos detentos. Inicialmente, o projeto ocorria a partir de agendamentos. Hoje, ele funciona por meio de telefonemas e e-mails. “Grande parte dos detentos possui histórico de drogadição e a família é codependente. Daí, orientamos os familiares quanto às redes de assistência social na cidade e região, ou seja, onde podem buscar ajuda específica”, informa a psicóloga do CDP de Taubaté, Ana Cláudia Alves de Andrade Ribeiro.

O projeto Acolher é uma idealização da assistente social Simone Lobato. O principal objetivo é promover uma intervenção no vínculo familiar que, muitas vezes, é rompido após o encarceramento do detento. Atualmente, cerca de 10% da população carcerária da unidade recebe o suporte.

aasassa
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