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20/02/20 | Sonia Pestana – Coremetro

O poder transformador da educação

Todos os anos, as unidades prisionais abrem suas portas para ações diferenciadas de encerramento de educação para o ano letivo

A cada semestre, o sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atende a população carcerária da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) desde 2013, surpreende com a promoção de ações diferenciadas de aprendizagem. Nesse cenário, o ano de 2019 será inesquecível para muitos dos alunos.

Neste caso, por meio de uma parceria com a Secretaria Estadual da Educação (SEE), os professores da rede pública oferecem os ensinos Fundamental e Médio para pessoas privadas de liberdade. Na Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), no ano passado, em média, foram computados 1.490 presos estudando.

Os Centros de Progressão Penitenciária (CPPs) e os Centros de Detenção Provisória (CDPs) receberam inúmeras atividades que marcaram o fim do ciclo escolar. Para a direção das unidades prisionais, o encerramento do ano letivo traz uma grande satisfação e o sentimento de dever cumprido.

Alguns diretores destacaram, ainda, a importância da educação como ferramenta tranquilizadora do ambiente prisional, pois propicia ao homem preso a esperança de uma vida melhor, principalmente quando em liberdade. Para outros, a escola dentro das unidades prisionais não apenas atende ao que determina a legislação vigente, garantindo um dos direitos básicos do cidadão que é a educação, como também contribui para o processo de cumprimento de pena: a cada 12 horas de frequência escolar, é reduzido um dia da pena do condenado (de regime fechado ou semiaberto).

Múltiplas ações

Para finalizar o ano, foram registradas montagens e apresentações inéditas com foco no sistema solar e em energias alternativas, além de peças teatrais para os familiares.

Parcerias bem-sucedidas possibilitaram o desenvolvimento de projetos como o "Musicalidade na Escola”. Com o objetivo de favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade, do senso rítmico, da memória e da concentração, a iniciativa visou facilitar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos das unidades de Guarulhos.

Na região do ABC, a equipe de professores desenvolveu projetos envolvendo Química e a prática com materiais físicos não inflamáveis, além de um jogo de xadrez.

Uma infinidade de enfoques e temas levaram os reclusos a discussões sobre a Consciência Negra, Novembro Azul, Olimpíadas de Matemática, Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU), Festival de Cinema, Projeto Literário com foco no Enem, além de coral. Criatividade não falta na área educacional do sistema prisional da Região Metropolitana.

Estiveram em destaque o Sarau Temático de grandes revolucionários da história a partir de poesias, músicas e piadas. Mas o ponto alto ficou com o projeto de poesias "Sarau Entre Versos e Vigas", desenvolvido por presos da população LGBTQI+ do CDP Pinheiros III, desenvolvido ao longo de 10 semanas, tendo em seu resultado final a produção de um livro.

Unidades que realizaram ações de encerramento do EJA 2019:

- CDP Belém I
- CDP Diadema
- CDP Guarulhos II
- CDP Mauá
- CDP II “ASP Willians Nogueira Benjamin” de Pinheiros
- CDP Pinheiros III
- CPP de Franco da Rocha
- CPP Feminino do Butantan “Dra. Marina Marigo de Oliveira”
- CPP de São Miguel Paulista
- Penitenciária II “Nilton Silva” de Franco da Rocha
- Penitenciária III “José Aparecido Ribeiro” de Franco da Rocha
- Penitenciária I “José Parada Neto” de Guarulhos
- Penitenciária Feminina Capital
- Penitenciária Feminina Sant’Anna
- Penitenciária “ASP Joaquim Fonseca Lopes” de Parelheiros

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