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27/01/20 | Fernanda Nagliati – CRC

Oficina de artesanato capacita detentas para o mercado de trabalho

Pintura, bordado e crochê dão novas perspectivas para reeducandas do CR de Rio Claro

“O melhor dia da minha vida foi quando terminei minha primeira boneca de pano. O pior foi quando entrei aqui [na cadeia]”, diz Ana Paula Rodrigues dos Santos, 50, presa há um ano e dois meses no Centro de Ressocialização (CR) feminino de Rio Claro, no Interior de São Paulo. Ela foi condenada por roubo de carga no Aeroporto de Guarulhos, onde trabalhava. “Para ser sincera com você, eu pensava que minha vida tinha acabado”, afirma em entrevista ao portal SAP dentro da unidade prisional.

Mas foi dentro do ambiente prisional que Ana Paula começou a participar da oficina de artesanato, uma forma de continuar conectada com a vida fora das grades, já que trabalhava há 15 anos como artesã. “A saudade da família é muito grande e essa foi uma maneira que encontrei de continuar próxima deles”, conta Ana.

A iniciativa realizada há cinco meses dentro do CR, em parceria com a ONG+vida, busca capacitar reeducandas para o mercado de trabalho, auxiliando também como fonte de renda logo após o cumprimento da sentença.

Ao lado de Ana Paula, mais seis detentas participam da oficina, onde os trabalhos estão a cargo das reeducandas e ainda de Dona Lourdes, condenada a 30 anos de prisão e responsável por encabeçar a oficina. “Com o aprendizado adquirido durante as oficinas, até o emprego chegar, o artesanato pode ser uma fonte de renda na vida em liberdade”, afirma. Assim, durante as aulas, essas mãos que um dia erraram, hoje pintam, bordam e são capazes de promover amor por meio da arte.

A diretora do CR, Maura Batista da Cruz, fala sobre a iniciativa. “Nosso objetivo principal é empoderar a mulher por meio do conhecimento adquirido dentro da unidade, gerando uma independência financeira e consequentemente elevando a autoestima”, diz.

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