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26/12/19 | Marcus Liborio - CRN

Evento discute oferta de educação em unidades prisionais

Encontro realizado em Araraquara buscou, entre outros fatores, aprimorar a qualidade do ensino prestado aos reeducandos

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) promoveu, no dia 7 de novembro, o 2º Encontro Técnico “Desafios e Possibilidades da Educação Básica para Jovens e Adultos nas Unidades Prisionais do Estado de São Paulo”. Realizado no Instituto Federal de Araraquara, o evento buscou, entre outros fatores, discutir a oferta educacional nas prisões e aprimorar a qualidade do ensino prestado aos reeducandos.

A atividade é realizada em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação (SEE), Escola da Administração Penitenciária (EAP) “Dr. Luiz Camargo Wolfmann” e Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap). Voltado para os diretores e servidores das coordenadorias de unidades prisionais das regiões Noroeste (CRN), Central (CRC) e Oeste (Croest), o encontro contou com palestras e debates.

Responsáveis pela área educacional das prisões, os participantes discutiram formas de otimizar o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), visando melhorias no atendimento escolar prestado nas escolas vinculadoras - que funcionam dentro das unidades prisionais.

Além da oferta de educação relacionada aos ensinos Fundamental e Médio, foram discutidas, também, parcerias para execução de cursos profissionalizantes em geral.

Embasar estratégias para aumentar a frequência de alunos nas aulas e proporcionar entrega de material didático diferenciado para as unidades estão entre as propostas apresentadas durante o encontro.

SOLUÇÕES

Coordenador das unidades prisionais da Região Noroeste, Carlos Alberto Ferreira de Souza ministrou uma das palestras do evento. O tema abordou a importância da educação no sistema prisional.

“Reunir três coordenadorias em um evento, ou seja, mais de 100 unidades prisionais, para falar sobre educação, agrega muito na resolução dos desafios. Pessoas que trabalham nessa área com tantas dificuldades e problemas, mas que, ao mesmo tempo, encontram tantas soluções, faz com que o compartilhamento dessas soluções melhore o funcionamento da educação nas unidades”, opina.

Souza destaca que ofertar educação nos presídios colabora com o processo de ressocialização dos detentos. “Muitos deles nunca tiveram a oportunidade de estudar e conhecem os bancos escolares dentro da prisão. Temos vários exemplos de presos que concluíram os estudos e não voltaram mais para o sistema prisional. A educação, portanto, pode transformar a vida deles”, finaliza.

Diretor do Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVidass) da CRN, Nilson Dantas ministrou uma palestra sobre relacionamentos interpessoais. Ele destaca que se trata de um tema amplo e que deve ser trabalho cotidianamente.

COMUNICAÇÃO

“A abordagem buscou sensibilizar os diretores para uma questão importante: antes do profissional, há uma pessoa que expressa seus pensamentos e sentimentos. Por isso, os processos de comunicação devem ser cada vez mais abordados, buscando minimizar os conflitos e melhorar as relações interpessoais”, aponta.

Diretor Adjunto de Promoção Humana da Funap, Sebastião Carlos Romão da Silva destacou a necessidade de os funcionários estarem envolvidos no processo de ensino, considerando a experiência dos servidores com o público-alvo.

“Pensar em ofertas de ensino para a população privada de liberdade é uma premissa básica, considerando que a educação é um direito garantido para todas as pessoas e está direcionada para o pleno desenvolvimento da personalidade do ser humano”, aponta.

No período da tarde, os participantes se reuniram em grupos e elencaram propostas de melhoria na oferta educacional dos presídios, que serão encaminhadas para a Secretaria de Estado da Educação.

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