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20/12/19 | Caio Daniel - Coremetro

Presos de Guarulhos produzem bonecos Amigurumis

Técnica japonesa de crochê envolve concentração, diversão e criatividade para criação das peças

Reeducandos da Penitenciária “Desembargador Adriano Marrey”, de Guarulhos, estão aprendendo uma nova técnica de crochê promovida pelo projeto Ponto Firme. O Amigurumi é um método oriundo do Japão que ensina a criar bonecos de crochê com agulhas e fios diferenciados. “Queremos trazer para nossos alunos capacitação em todas as áreas do crochê”, explica o estilista e idealizador do Ponto Firme, Gustavo Silvestre.

Desde 2015, Silvestre ensina crochê a um grupo de presos da penitenciária. As peças produzidas, como camisas, calças, saias e vestidos, já ganharam as passarelas de duas edições da São Paulo Fashion Week (SPFW) .

A nova técnica ensinada no projeto irá aperfeiçoar os trabalhos dos reeducandos. De acordo com a professora Márcia Rezende, os alunos aprendem um método diferenciado que aumenta a concentração, estimula a criatividade e melhora a coordenação motora. Paralelamente a isso, a instrutora destaca que, fazer crochê, previne doenças como a depressão e a ansiedade.

Ela explica que o Amigurumi é um tipo de crochê feito com linhas mercerizadas (que dão tratamento aos fios e os deixam mais brilhantes e servem para dar mais cor e vida aos bonecos. As agulhas possuem espessuras diferenciadas do crochê tradicional, com pontos que seguem movimentos circulares feitos em ponto baixo.

Na opinião de Márcia, a nova técnica dá a oportunidade aos reeducandos de serem empreendedores, gerando uma renda extra para suas famílias. “Eles também podem ser multiplicadores da atividade em suas comunidades”, garante a professora.

Segundo Silvestre, o Amigurumi trouxe uma nova cara para o crochê. “Os bonecos são personagens divertidos que ajudaram a popularizar o crochê entre crianças e jovens”, explica. E acrescenta: “É uma forma de desmistificar aquela história de que o crochê é só para pessoas mais velhas”.

Tradição oriental

Para o reeducando L.F., aluno do Projeto Ponto Firme, o Amigurumi é uma novidade. Ele já sabia fazer tapetes antes de entrar no projeto. Depois que começou a participar das aulas, aprendeu a fazer roupas e peças mais sofisticadas. Agora, produz também bonecos. “É muito interessante. Você segue as dicas da revista e dá para fazer presentes para quem a gente gosta”, conta.

Segundo a tradição oriental, as peças são feitas para presentear amigos ou pessoas queridas. De acordo com o organizador do projeto, a ideia é seguir o costume e doar os bonecos criados pelos reeducandos para alguma instituição infantil.

Entre os bonecos produzidos pelos reeducandos estão gatos, cachorros, ovelhas, ursos e fadas, dentre outros. Todo o material, como linhas, agulhas e revistas de receitas são doados pela Círculo, empresa parceira que ajuda no projeto.

aasassa
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