09/10/19 | Sonia Pestana – Coremetro
Penitenciária II “Nilton Silva”, de Franco da Rocha, promoveu ação educacional de reflexão sobre conflitos no ambiente escolar
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Sentenciados promovem sarau com foco nos conflitos em sala de aula
Grupo de monitores em apresentações culturais dentro do sarau Conflitos
Pelo menos 12 sentenciados participam do sarau com tema diferenciado
A Penitenciária II “Nilton Silva”, de Franco da Rocha, vem sendo palco de reflexões entre alunos e professores da escola “Domingos Cambiaghi”, vinculadora da unidade prisional. Dentre as ações do estabelecimento penal, ligado à Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), destaca-se um sarau com temas variados. Recentemente, durante a realização da 5ª Jornada de Cidadania e Empregabilidade, uma equipe de alunos apontou os desafios da educação na sociedade atual por meio do tema “Conflitos”.
A abordagem foi proposta pelos próprios sentenciados. Segundo a diretora substituta do Centro de Trabalho e Educação, Kátia Gerdzijauskas, o grupo queria dar um focar exatamente nos problemas de violência enfrentados diariamente no ambiente escolar em todo o Estado e ainda propor soluções. Para os professores, a iniciativa de promover reflexões sobre o cenário educacional é algo que merece elogio e acaba funcionando com um gesto de cidadania.
Na visão do sentenciado D.H.S., a ressocialização é o objetivo central do ambiente educacional da prisão. Como resultado direto, ele aponta para o despertar de uma nova realidade voltada, desta vez, para o saber. “A educação nos faz acreditar em nosso potencial e que um futuro melhor é possível! ”, salientou.
Homenagens aos professores
Dentro do tema escolhido, os 12 integrantes do sarau não só apontaram os conflitos por parte dos jovens estudantes das escolas públicas, como também deram destaque ao trabalho dos professores. Os docentes, que ministram aulas na penitenciária, foram pegos de surpresa ao receber os elogios inseridos em discursos, poesia, cordel e apresentações musicais.
“Estamos gratos pela valorização do nosso trabalho”, declarou a professora Sueli Cirimeli de Almeida. Igualmente comovida ficou a docente Denise Alves. “O sarau foi um grande presente. O tema “Conflitos”, infelizmente, é a realidade da maioria dos profissionais em sala de aula”, disse. Já o professor Ramón de Siqueira destacou que, com o sarau, os sentenciados deixam de ser coadjuvantes para passarem a ser os atores principais do cenário da educação.
Os alunos que integram o sarau têm participação ativamente em ações especiais com enfoques e abordagens diferenciadas. Dentre essas estão “Semente Cultural”, que fala sobre a preservação do meio ambiente e “Preto no Branco”, com foco no preconceito racial. O grupo de sentenciados mostrou estar atento aos acontecimentos diários e promete novas ações em um futuro próximo.
