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04/10/19 | Kelma Jucá e Pierre Cruz – Corevali

Unidades prisionais da região de Taubaté ganham abrigos para animais abandonados

Presos do regime semiaberto passam por treinamento sobre comportamento animal para atuar com cães e gatos abandonados

Uma iniciativa inédita no Estado de São Paulo começou a ser colocada em prática em duas unidades prisionais do Vale do Paraíba. Reeducandos do regime semiaberto estão trabalhando em um canil e um gatil construídos no perímetro prisional, mas longe do espaço da carceragem, para abrigar animais domésticos em situação de rua na cidade de Taubaté.

Trata-se de uma parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) da Comarca de Taubaté, o Conselho da Comunidade de Taubaté e a Prefeitura da cidade.

O canil tem capacidade para abrigar 200 cães e foi construído na Penitenciária “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, a PI de Tremembé. Já o Centro de Detenção Provisória “Dr. Félix Nobre de Campos”, o CDP de Taubaté, dispõe agora de um gatil com capacidade para comportar até 50 gatos. Os dois abrigos contam com espaços coletivos e individuais, áreas para vacinação, banho, tosa e depósito de materiais.

O objetivo é oferecer apoio ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) taubateano e, ao mesmo tempo, proporcionar a ressocialização dos internos por meio do contato e cuidado com os animais.

O prefeito de Taubaté, José Bernardo Ortiz Junior, conta que já é possível perceber os reflexos positivos da parceria na região. “O projeto ajuda a desafogar a demanda do CCZ”, explica. “Já retiramos cães e gatos que eram abrigados pelo órgão e outros animais ainda serão enviados até o final deste ano”, completa.

Com o apoio da Prefeitura e do Conselho da Comunidade, os detentos passam por curso de banho e tosa e aprendem técnicas de como cuidar dos bichos, que serão vacinados, vermifugados, castrados e estarão disponíveis para adoção em feiras organizadas com entidades parceiras.

Os reeducandos da PI de Tremembé participaram de uma palestra sobre comunicação e comportamento dos animais que foi ministrada por uma profissional de medicina veterinária na última segunda-feira, dia, 23/09. O encontro fez parte de uma série de atividades para preparar os presos que atuam no canil da unidade e que, desde o mês de agosto, tornou-se o lar provisório de cerca de 30 cães.

Ressocialização

As atividades contemplam 12 reeducandos no manejo dos animais nos dois presídios envolvidos no projeto. Os sinais de melhora na questão emocional são percebidos tanto nos cães e gatos, como nos presos. O diretor do CDP de Taubaté, Claudio José do Nascimento Brás, acredita que exista uma troca positiva muito grande entre os reeducandos e os animais.

“Alguns dos felinos abrigados no gatil já estavam nos arredores do presídio, mas eram agressivos, arredios e não interagiam com as pessoas. Agora, sob os cuidados dos detentos, já estão mais dóceis, menos agitados e aceitando a presença humana com mais naturalidade”, avalia o diretor, que ainda destaca uma mudança visível no comportamento dos internos. “Até mesmo os presos que trabalham em outras frentes na unidade demonstram afeto pelos animais”, reflete.

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