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16/09/19 | Pierre Cruz – Corevali

Reeducanda vence concurso de trovas da União Brasileira de Trovadores

Competição reuniu 682 trabalhos de estudantes de 20 escolas do Vale do Paraíba

Medalha no pescoço e troféu nas mãos. Esse é o resultado do esforço que a reeducanda Thais Stefani Barbosa de Oliveira conseguiu ao retomar os estudos. A presa da Penitenciária Feminina II de Tremembé foi laureada com o primeiro lugar no XXV Juventrova – concurso de trovas realizado pela seção de Pindamonhangaba da União Brasileira de Trovadores, no dia 27 de julho.

A detenta, que cumpre pena em regime fechado, foi representada na premiação pela diretora do Centro de Trabalho e Educação da unidade prisional, Daiane Roberta Fernandes de Souza, e pela professora Kátia Ferreira de Matos, docente da escola vinculadora do presídio. Seu trabalho recebeu destaque entre 682 textos enviados para a competição – alunos de 20 estabelecimentos educacionais do Vale do Paraíba participaram do concurso.

Nessa edição, os estudantes foram convidados a desenvolver trovas com o tema “família”. Thais, que tem 26 anos, escolheu expressar sobre o apoio que recebeu dos pais nas situações difíceis que enfrentou em sua vida. Assim escreveu: “Através dos sentimentos, vi a vida com alegria. Nos meus piores momentos, contei com a minha família.”

Antes de ser presa, a interna havia abandonado os estudos no 2º ano do ensino médio. “Quando cheguei ao presídio, era muito agitada e agressiva, estava sempre levando advertências, mas chega uma hora que você cansa disso tudo”, reflete. A interna, então, aceitou o convite para retomar os estudos na penitenciária. “Foi aí que eu mudei. Eu tomei gosto por estudar”, afirma. “Na sala de aula, eu consigo me sentir livre”, acredita.

Thais e outras 60 reeducandas escreveram trovas para participar do concurso e se preparam em duas semanas de intenso treinamento e estudo com a professora Kátia, docente de Língua Portuguesa da Escola Estadual Comendador Teixeira Pombo – escola vinculadora da unidade prisional. “As presas estão sempre abertas a novidades e é a primeira vez que entraram na competição”, afirma Kátia. “Tenho orgulho dos trabalhos delas, elas mostram que sempre temos uma chance de mudar”, completa.

A reeducanda, que encenou em algumas peças de teatro no presídio, pretende cursar Artes Cênicas quando ganhar liberdade e garante que é capaz de escrever uma nova história com educação. “Esse é o melhor caminho que encontrei, uma caneta pesa menos que uma arma”, reflete.

aasassa
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