Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

16/09/19 | Caio Daniel – Coremetro

Festa das Nações celebra a união de todos os povos na Penitenciária Feminina da Capital

Com o tema Ubuntu, evento promoveu o respeito à diversidade cultural e à dignidade humana

A quadra de esportes da Penitenciária Feminina da Capital (PFC) ganhou um colorido especial no dia 28 de agosto. Bandeiras, roupas típicas de diferentes países e um grande globo terrestre feito pelas reeducandas, com papelão e gesso, deram tom ao evento.

Foi a tradicional Festa das Nações, que teve como objetivo criar integração entre as sentenciadas, difundir a cultura de várias nacionalidades e ainda celebrar a união de todos os povos.

Aproximadamente 450 mulheres prestigiaram as apresentações de danças da Bolívia, Paraguai, Brasil e de países africanos. O evento consta no calendário da PFC, unidade que reúne grande parte das presas estrangeiras do sistema prisional do Estado de São Paulo.

Acompanhada dos representantes dos consulados da Bolívia, Espanha, Holanda e de Israel, a diretora geral da unidade prisional, Ivete Halasc, comentou: “A Festa das Nações permite que as reeducandas mostrem um pouco da cultura de seus países. Dessa forma, elas se sentem orgulhosas e valorizadas”.

A organização do evento contou com apoio de servidores, de parceiros e de entidades que contribuem com ações culturais no presídio, como os voluntários do projeto Ponto de Luz, que promove, a partir da dança, a arte, o respeito e a dignidade ao ser humano.

Coreografa e professora voluntária do projeto, Larissa Violeta explica que o objetivo do grupo de dança é desmistificar o sistema prisional criando um espaço afetivo. ”Além de promover arte e cultura, nosso intuito é mostrar que não é porque elas estão presas que não poderão ser felizes. Todos temos o direito a uma nova chance”.

Retomada das raízes

“Foi um momento único para nós, de resgate de identidade. Senti como se estivesse em casa. Também foi uma forma de matar a saudade e recuperar minhas raízes”, expressa a boliviana C.Q. que, pela primeira vez, apresentou danças típicas do seu país.

Além dos populares funk e samba, a apresentação das presas brasileiras foi marcada por uma roda de capoeira. Com berimbau, instrumentos de percussão e cantigas tradicionais, um grupo de capoeiristas se uniu às reeducandas para jogar o esporte nacional, unindo arte marcial, diversão e dança.

Ubuntu

Tema da Festa das Nações, Ubuntu é um termo africano que significa “Humanidade para com os outros”. A frase foi representada por uma grande ciranda formada ao final da festa ao redor do globo terrestre, que reuniu todos os presentes para celebrar o respeito à vida e às diferenças de cada país.

aasassa
Topo