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09/09/19 | Mariana Amud e Sonia Pestana - Imprensa Coremetro

Curso de culinária é promovido para presos LGBTQI+

Diversidade à Mesa coloca a SAP na vanguarda de ações em benefício de presos trans e homossexuais

Em ação inovadora no sistema prisional, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) promove formação profissional a 21 presos transexuais e homossexuais da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos, e da Ala de Progressão Penitenciária do Centro de Detenção Provisória (CDP) Belém I. O projeto Diversidade à Mesa foi estruturado de acordo com a Resolução SAP n° 11/2014, que dispõe sobre a atenção integral ao público LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros, Queer e Intersexuais) no âmbito penitenciário.

Segundo o diretor do Grupo de Capacitação Aperfeiçoamento e Empregabilidade (GCAE), da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), Evaldo Barreto dos Santos, essa segunda edição do programa é muito importante para a Secretaria. “É a continuidade de uma ação importantíssima ao público LGBTQI+ e pretendemos a cada edição aumentar o número de unidades prisionais participando para que, assim, mais pessoas tenham oportunidade na retomada de suas vidas”, ressaltou Barreto.

Nos dias 6 e 7 de agosto houve a formatura da segunda edição do projeto, que certificou 21 reeducandos, sete no CDP Belém I e 14 da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos.

A ideia é ofertar uma vivência profissional com especialistas do setor alimentício, a exemplo de Max Jacques, Simone Gomes e Marie-France Henry, dentre outros colaboradores. A escolha do grupo de sentenciados trans e homossexuais para a realização do curso está na discriminação a que estão sujeitos no mercado de trabalho, o que acaba os colocando em situação vulnerável.

Neste ano, o projeto também participou da 19° Feira Cultural da Parada do Orgulho LGBT, ocorrida em junho, no centro de São Paulo. Na ação, os chefes voluntários do Diversidade à Mesa levaram à feira pratos preparados pelos reeducandos, em uma aproximação do sistema prisional com a sociedade civil para uma efetiva reintegração social.

Estrutura do Projeto

Com duração de 50 horas, o curso foi realizado de maio a agosto com a proposta de oferecer aos participantes o conceito de comida de verdade, feita com afeto e carinho, além de ter foco na qualificação profissional. O currículo incluiu oficinas socioeducativas que abordaram o direito humano à alimentação, um mapa afetivo alimentar, cidadania, entre outros temas.

Os aspectos técnicos e práticos foram ministrados por profissionais da área da alimentação especialmente convidados para o projeto. Max Jaques, chefe do Instituto Brasil a Gosto e voluntário no curso, parabenizou a iniciativa e a participação de tantos parceiros no projeto. “Espero ter despertado nos alunos o interesse sobre a área e com a certificação eles agora estão aptos para trabalhar com alimentação”, disse durante a cerimônia de encerramento do projeto na Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos.

Nos dois locais onde o curso aconteceu houve agradecimentos aos servidores que colaboraram para o bom andamento do projeto, tanto por parte dos alunos como dos voluntários. Para a reeducanda S.B.D., a oportunidade permitiu que ela enxergasse que é capaz. “Essa chance nos mostrou que nós somos ouvidos e que devemos ser a diferença”, agradeceu.

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