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05/09/19 | Pierre Cruz – Corevali

CDP de São Vicente aborda direitos da população LGBTQI+ em Jornada

Presídio promoveu força-tarefa no atendimento a presos nas áreas da saúde, justiça e cidadania

Presos membros da comunidade LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais e outros) participaram de uma palestra sobre legislação e diversidade sexual durante a 3ª Jornada de Cidadania e Empregabilidade do Centro de Detenção Provisória (CDP) “Luis César Lacerda” de São Vicente, no dia 14 de agosto. O evento, que acontece anualmente em presídios do Estado, oferece uma gama de serviços aos presos nas áreas da saúde e da justiça e aborda os direitos e deveres do cidadão.

O objetivo da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) é o de fortalecer alicerces nos planos de vida em liberdade dos reeducandos. A Jornada é organizada com o apoio das Coordenadorias das Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral (Corevali) e de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), e conta com alianças firmadas com entidades da sociedade civil para ações voltadas aos internos.

Em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania, os detentos que se identificam com a sigla LGBTQI+ e simpatizantes foram convidados a participar da palestra “Mais respeito”, com o coordenador de Políticas para a Diversidade Sexual, Marcelo Martins Ximenez Gallego. O encontro aconteceu a convite da diretora de saúde do presídio, Elaine Cristina da Silva Marcelino, e contou com a presença de Charles Wellington Bordin, diretor do Centro de Políticas Específicas da SAP.

O intuito, de acordo com Gallego, foi o de discutir avanços na legislação e conquistas no sistema normativo, além de apresentar os planos do Governo paulista para o enfretamento da LGBTfobia em São Paulo. “O Estado tem que garantir a dignidade dessas pessoas”, afirma o coordenador. “É uma população que carece de um olhar mais carinhoso, por já ter sofrido preconceitos mesmo antes de perder a liberdade”, acrescenta.

A ação tem efeito duplamente positivo, segundo a diretora de saúde do CDP. “Os presos e presas (travestis e mulheres transexuais) ficam cientes dos seus direitos e obrigações e o corpo funcional, que participa da ação e lida com esse público, recebe informações sobre esse universo”, avalia Elaine.

Para Nauany, interna transexual de 38 anos, as pautas abordadas no encontro são ensinamentos que irão auxiliá-la quando sair do presídio. “Eu vivi a minha história sendo muito discriminada e essa rejeição me levou ao crime”, afirma. Há seis meses em cárcere, a reeducanda pretende trabalhar como cabeleireira, uma vez que esteja em liberdade. “Quando conversamos sobre diversidade sexual, eu aprendo sobre mim mesma e me sinto mais forte para reescrever minha história”, acredita.

aasassa
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