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15/07/19 | Pierre Cruz – Corevali

Presos LGBTQI+ e servidores debatem sobre diversidade sexual no CDP de São Vicente

Unidade prisional trouxe diretor do Centro de Políticas Específicas da SAP no dia do Orgulho LGBT

Reeducandos que se identificam como membros da comunidade LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais e outros) e servidores de unidades prisionais da Baixada Santista estiveram reunidos para o evento “Todos contra a homofobia no sistema carcerário”, que aconteceu no dia 28 de junho, no Centro de Detenção Provisória (CDP) “Luis César Lacerda” de São Vicente. A atividade faz alusão aos 50 anos das manifestações sobre a diversidade sexual em Nova York, iniciadas no bar Stonewall Inn.

O debate foi ministrado por Charles Wellington Bordin, diretor do Centro de Políticas Específicas (CPE) da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), a convite da diretora de saúde do presídio, Elaine Cristina da Silva Marcelino. Além de presas transexuais e travestis e de presos homossexuais ou simpatizantes à causa, psicólogos e assistentes sociais que atuam em estabelecimentos penais de São Vicente e de Praia Grande participaram do encontro.

Na primeira etapa do evento, que aconteceu durante a manhã, foram apresentados os conceitos de identidade de gênero, de sexo biológico e de orientação sexual, assim como as conquistas e novidades do movimento LGBT no Brasil. No período da tarde, os internos fizeram parte de uma oficina de expressão, quando puderam se maquiar com uma profissional voluntária e vestir roupas femininas.

A presa transexual Ágatha, de 25 anos, ficou surpresa com a iniciativa do CDP em abordar o tema no dia do Orgulho LGBTQI+. “A gente sofre muito preconceito durante a vida e eu jamais iria esperar uma ação como essa em uma unidade prisional. Fiquei muito feliz”, afirma. Para Bianca, presa de 28 anos que se identifica como travesti, o momento trouxe descontração ao mesmo tempo que educou. “Foram apresentados termos que nem conhecíamos, o que vai ser importante quando formos para rua”, acredita a reeducanda.

CAPACITAÇÃO

Para Bordin, diretor do CPE da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o evento teve aspecto enriquecedor para todos os participantes. “Foi a primeira vez que houve um diálogo com os presos ao mesmo tempo em que os servidores estavam sendo capacitados, o que diminui a distância entre os detentos e os profissionais em atendimentos”, resume. “É uma estratégia que pode se repetir no futuro”, completa.

A iniciativa de trazer os reeducandos LGBTQI+ para protagonizar a ação foi elaborada pela direção de saúde do CDP, que teve o objetivo de esclarecer termos referentes à diversidade sexual aos internos. “Esse é um espaço pensado para que esse público consiga se expressar, não há ninguém melhor do que uma mulher trans para falar sobre a mulher trans, por exemplo”, explica Elaine Marcelino. “A intenção de trazer os profissionais da região foi uma tentativa de otimizar os trabalhos desse setor”, conclui.

aasassa
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