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02/07/19 | Pierre Cruz - Corevali

CPP de Mongaguá promove atividades de empreendedorismo com detentos

Sentenciados receberam mais de 1,6 mil atendimentos durante a Jornada de Cidadania e Empregabilidade no presídio

Presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) “Dr. Rubens Aleixo Sendin” de Mongaguá participaram de palestras e atividades com o enfoque no empreendedorismo, durante a 6ª edição da Jornada de Cidadania e Empregabilidade no presídio, no dia 12 de junho. Com o evento, são oferecidos serviços aos sentenciados na área da saúde, justiça e cidadania – ao todo, os detentos receberam 1.651 atendimentos.

Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os internos assistiram uma palestra com o analista de negócios Márcio Cruz com o tema Como se tornar um microempreendedor individual. “Viemos apresentar novas formas de conquistar sonhos, quebrar barreiras e mostrar a possibilidade de se tornar um empresário quando sair da prisão”, resume Cruz.

O preso Luiz, de 23 anos, está prestes a progredir para o regime aberto e afirma que o bate-papo foi importante para estruturar seus planos do futuro. “Antes de ser detido, eu cantava e vivia de ações artísticas, mas de modo informal”, conta. “Adquirir essas novas informações vai me ajudar a tornar um profissional”, completa.

O tema de negócios também foi apresentado em rodas de conversa com representantes da Escola Técnica Adolpho Berezin, de Mongaguá, e da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap). Para Dione Alves de Souza, gerente regional da Funap e responsável pelas atividades na Baixada Santista, o assunto é necessário para a plena ressocialização. “Acredito que trabalhar a empregabilidade com os detentos pode auxiliá-los a ter uma nova visão da vida em sociedade”, afirma.

CULTURA

A Jornada é o momento propício para que os sentenciados possam se expressar artisticamente e apresentar seus talentos aos convidados. O saguão de entrada do CPP de Mongaguá, por exemplo, foi transformado em um espaço de vernissage, onde ficaram expostos alguns dos desenhos, esculturas e poesias produzidos pelos presos da unidade, como Aislan, de 37 anos.

O detento construiu maquetes motorizadas de helicópteros e iates no espaço de artesanato do presídio. “Desde que fui preso, fiz cursos de restauração de móveis antigos e, com a técnica adquirida, passei a fazer essas peças”, explica o preso, que busca referências em livros e revistas para a sua produção. “Na verdade, esse trabalho é uma terapia”, completa.

O cronograma de atividades era composto por apresentações musicais e recitação de poemas. Um grupo de coral, formado e dirigido por sentenciados, fez a performance de canções sobre superação e recomeço na abertura do evento, assim como uma banda formada por internos da unidade prisional. O preso Abner, de 25 anos, encenou um texto para expressar suas habilidades artísticas. “É bom ver que as autoridades acreditam na gente”, afirma. “As pessoas daqui também tem um talento escondido, o que precisamos é só de uma oportunidade”, acredita.

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