Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

01/04/19 | Sonia Pestana - Coremetro

Feira de livros resgata o amor pela leitura

Sentenciados do regime semiaberto do CDP Belém I receberam de braços abertos a iniciativa de incentivo à leitura

Para atender os frequentes pedidos de acesso à leitura por parte dos sentenciados que cumprem pena na Ala de Progressão Penitenciária (APP) do regime semiaberto, o Centro de Detenção Provisória (CDP) Belém I, criou a Feira de Livros. Por trabalharem dentro e fora da unidade durante a semana, a solução foi criar uma banca que reúne livros, revistas e gibis de fácil leitura durante o fim de semana.

Com o aval da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), servidores e sentenciados se uniram a fim de testar a viabilidade da Feira. Estão envolvidos no projeto os servidores Lucas Roberto Gonçalves da Silva, Osvaldo Tochio Tanaka Sobrinho, Janice de Souza, além dos funcionários dos plantões do Núcleo de Segurança e os sentenciados que monitoram a área da educação.

Como resultado, desde o início de fevereiro, os finais de semana já não são mais os mesmos na Ala de Progressão. Logo nos primeiros dias de ação foram registrados 89 empréstimos de títulos. Agora que todos têm acesso à leitura, o vai e vem de publicações tende a aumentar o número de leitores ativos na unidade.

Aos monitores da sala de leitura coube preparar os cartazes de divulgação da Feira e selecionar os exemplares disponibilizados para empréstimo. Dispostos em mesas, os livros e demais publicações foram então colocados à mostra para a população carcerária.

Segundo o monitor M.C., nada se compara a oportunidade de ter em mãos uma obra literária. Para ele, o contato direto com o livro é bastante gratificante já que dá a possibilidade de ler seu prefácio, saber mais sobre o autor e ver outras obras por ele publicadas.

Paralelamente, eles também fazem o trabalho de incentivo à leitura. Na opinião do monitor C.R.B., ler é importante para o desenvolvimento de ideias e para auxiliar nos estudos, porque, segundo ele, a leitura fornece um leque variado de conteúdos.

De acordo com o monitor, a leitura expande o raciocínio e interage na capacidade de interpretação. Para ele, é na leitura que se adquire novos conhecimentos que ajudam ter uma escrita sem erros ortográficos. Ainda segundo C.R.B., todo esse trabalho só foi possível por conta do empenho do setor de educação da Ala, da efetiva participação da coordenação da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap) e do total aval do diretor da unidade, Wilton Marçal.

”É muito importante termos uma biblioteca na prisão, pois a leitura estimula a nossa mente e nos leva a viajar com estórias e histórias fascinantes”, declarou o sentenciado E.J.S. De forma direta, o preso R.G. destacou que a feira do livro é muito importante, pois a leitura de bons livros o faze viajar num tempo que nem imaginava existir.

Em paralelo à Feira de Livros, filmes previamente selecionados com conteúdo socioeducativos, pedagógicos, culturais, visando a ressocialização dos reeducandos, passaram a ser exibidos a cada 15 dias aos sábados e domingos, alternando a frequência com a Feira.

O Cine Belém atende aos reeducandos que trabalham durante a semana. Além do caráter pedagógico do projeto, a iniciativa visa também entretê-los em uma atividade saudável, sendo possível a exibição de vídeos motivacionais.

O local de leitura da Ala

Batizada como sala de leitura Paulo Freire, o local foi inaugurado em 25 de agosto de 2016 pelo ex-governador Cláudio Lembo. No acervo estão catalogados 2.031 livros de títulos diferenciados, abrangendo literatura nacional e estrangeira, além de artes e história, dentre outros. Atualmente a unidade conta com o apoio da Fundação Funap, órgão vinculado à SAP, para ações envolvendo leitura e cursos.

aasassa
Topo